Publicado em: 12/04/2012 às 13:00hs
Eu andei bastante pela Amazônia. Constatei, principalmente no Pará, seja em Paragominas, Marabá, etc etc, que a exportação é fundamental para a sobrevivência dos fazendeiros. Muitos deles não têm frigoríficos por perto. Lembro-me que, há uns quatros anos, lá no Pará, responsável por mais de 90% do gado em pé embarcado, dirigentes de sindicatos rurais relataram que o Estado deixava pronto para abate mais de 4 milhões de cabeças ao ano, e as plantas frigoríficas tinham capacidade de absorver menos da metade – 1,8 milhão. Não creio que esse cenário mudou muito.
Que fazer então com 1,2 milhão de cabeças de boi? Veja bem, a resposta deve ser fundamentada analisando a realidade da imensidão amazônica. Preparar o animal e não ter a quem entregar.
Do seu lado, os representantes dos frigoríficos sempre alegaram que exportar o boi vivo não agrega valor e não gera emprego. Também que os exportadores não pagam os mesmos impostos que incidem sobre a indústria, tornando desigual a competição.
Seja como for, as exportações prosseguem. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio acaba de anunciar que em março passado foram exportadas 31,11 mil cabeças, 5% a mais do que no mesmo mês de 2011. Já o faturamento foi incrementado em 16% no período e alcançou US$ 36,9 milhões.
O resultado do trimestre 2012 supera em 1% a quantidade de animais embarcados em 2011, e em 12% o faturamento.
A Venezuela, de Hugo Chaves, foi a maior compradora, depois vem o Egito, com 16% e o Líbano, com 5%.
E com o dólar mais valorizado em relação ao real, os embarques podem crescer mais neste ano, prevê a Scot Consultoria.
Fonte: Blog do Tião
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