Publicado em: 01/10/2013 às 11:30hs
Com a desvalorização do preço do bezerro, a alternativa encontrada pelos pecuaristas foi aumentar o abate de fêmeas, já que o valor pago pelo bovino ainda novo é inferior ao custo de manutenção da vaca no pasto. Para garantir a continuidade na atividade, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) elaborou uma proposta de financiamento para o segmento, que prevê a destinação de 50% dos recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) para a bovi- nocultura, sendo metade para a cria.
A iniciativa da Acrimat surgiu devido à importância da atividade na cadeia produtiva de carne. O presidente da associação, José João Bernardes comenta que o bezerro é o fator principal na pecuária, já que representa a continuidade da produção. “Somos uma associação que representa os criadores e para eles que desenvolvemos nossas ações”.
A proposta apresentada durante a 17a Reunião Ordinária da Câmara de Política Agrícola e Crédito Rural, no dia 26 de setembro, foi rejeitada pelos conselheiros representantes das entidades que compõem a Câmara. Amado de Oliveira, economista e consultor técnico da Acrimat lamenta a falta de apoio das entidades para garantir melhor renda aos pecuaristas. “A cria reúne mais de 70% dos produtores e eles estão deixando a atividade para não perder tudo que tem”.
Entre os pecuaristas a ideia de um financiamento para a categoria é considerada “excelente”, além de vir em bom momento. Cristóvão Afonso da Silva é criador em Poconé e garante que não está sendo fácil trabalhar com tantas dificuldades. No próximo ano teremos ainda mais e pode faltar carne, o que prejudicará o consumidor”. E acrescenta que “esta reprovação é prova de que muitos integrantes do conselho não têm conhecimento da real situação. Pa- ra os pequenos produtores o cenário é ainda pior, mas esperamos melhoras”.
Para o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari a derrota não implica na desistência do projeto. “Possuímos estudos que comprovam esta necessidade e vamos buscar outros caminhos para garantir recursos.
Infelizmente os olhos dos líderes estão voltados somente para a agricultura, mas é da proteína vermelha que todos precisam na hora de se alimentar”.
Fonte: A Gazeta
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