Publicado em: 06/03/2012 às 13:30hs
A intenção é livrar pastagem da fazenda e terminar rapidamente o boi em uma época de entressafra, quando o preço da arroba de boi gordo é historicamente mais alto em relação à safra. No entanto, existem outros benefícios intrínsecos a este sistema de produção, como a oferta ao mercado de lotes de animais homogêneos e de maior qualidade de carcaça bovina.
Essa é a opinião do diretor técnico da Assocon - Associação Nacional dos Confinadores, Dante Lanna. Para ele, a representatividade do confinamento na pecuária brasileira vai além do número de abate de bovinos. Em 2011, estima-se que 28,6 milhões de cabeças de gado foram abatidas (dados do IGBE e cálculo Rural Centro*), 12,1% foram terminados em confinamento (3,46 milhões de cabeças, segundo a Assocon).“Mas a representatividade é maior porque o peso de abate é muito maior que a média nacional e o valor da carcaça também”, acrescenta Lanna.
Com o valor da carcaça maior, o pecuarista consegue agregar valor a uma atividade cuja rentabilidade é baixa. A recomendação do zootecnista Bruno de Andrade, da Assocon, é que o produtor rural invista em sua produção e diversifique seus negócios. “Em busca de melhor remuneração sobre o seu patrimônio, o pecuarista necessita produzir mais em um espaço cada vez menor”, alerta Andrade. O zootecnista atentou para o fato de que a pecuária hoje perde espaço para o rendimento da agricultura, fato agravado pelo aumento das áreas de produção de grãos, cana-de-açúcar para produzir etanol e o fim do desmatamento. Nas palavras de Dante Lanna, essa situação irá “certamente requerer um aumento do confinamento”.
A estimativa da Assocon para 2012 é o aumento de 15% no confinamento de gado de corte, passando dos atuais 3 milhões e 460 mil para aproximadamente 4 milhões de animais. No intuito de incentivar a prática, a Associação está apoiando a realização do Simpósio Sul-mato-grossense de Confinamento de Gado, o Confinar 2012. É o primeiro evento de grande porte focado em confinamento realizado no Mato Grosso do Sul. “O MS é muito importante porque concentra um grande volume de animais. O estado faz um confinamento estratégico, onde o pecuarista realiza no mínimo a recria e engorda ou até mesmo o ciclo completo, buscando aumentar a rentabilidade de todo o seu sistema”, contextualiza Bruno Andrade. “Confinar 2012 é uma grande oportunidade para que os pecuaristas e agricultores possam aprender um pouco mais sobre o que é o confinamento, seus riscos, suas especificidades, seus benefícios e assim planejar da melhor forma possível sua produção ao longo do ano, seja para produção de carnes especiais ou para a produção de um maior volume de animais”, recomenda o zootecnista da Assocon.
* O IBGE divulgou até o momento apenas os abates de jan a set (21,5 milhões/unidades). A Rural Centro realizou um cálculo médio das variações vistas nos últimos 5 anos, tomando em conta quanto foi abatido no quarto trimestre em relação ao trimestre anterior, considerando, portanto, uma variação negativa média de 2%, estimando para os últimos três meses do ano passado um total de 7,135 milhões/cabeças.
Fonte: Rural Centro
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