Publicado em: 12/01/2012 às 20:00hs
Incertezas à vista. Essa é a impressão que muitos produtores da pecuária intensiva têm demonstrado sobre a atividade a ser exercida em 2012. Dúvidas que permanecem a incomodar a cabeça do produtor que ainda está fechando os números de 2011, e gostaria de dispensar novas surpresas para o próximo ano em relação aos preços de insumos e precificação da arroba do boi gordo, importantes fatores que impactam em cheio a remuneração.
O pecuarista Alberto Pessina, da Agropecuária Pessina, de Lençóis Paulista (SP), observa que para 2012 fica a incógnita de como se comportará o mercado de insumos e de compra e venda de gado de corte. Para ele há ainda um adicional relevante que poderá influenciar que é justamente os respingos da crise mundial na economia brasileira e por extensão, o agronegócio nacional.
“Temos que aguardar os novos rumores nesta matéria, observarmos se haverá a continuidade da pressão interna de consumo no varejo e se haverá um reequilíbrio da demanda externa de consumo pela carne bovina brasileira que foi prejudicada pelos recentes embargos e pela valorização do real”, analisa Pessina.
Já o confinador João Borges, Fazenda Santa Rita, em Terenos (MS), que confina em média 1000 animais por ano e possui capacidade instalada para confinar até 1.200 bois, diz que se 2011 não houve motivos de comemoração para o pecuarista, e para o próximo ano, a tendência é que o cenário não se modifique. “Estou apreensivo para 2012 por acreditar que não haverá redução significativa nos preços dos insumos”, alerta o produtor que adiantou que se o cenário permanecer como está ou ainda der sinais de indicativos mais severos, pretende reduzir em pelo menos 30% sua escala de produção.
O pecuarista Sérgio Ribas, Fazenda Santo Antonio do Rio Doce, em Jataí (GO), que confina na média entre 350 a 500 cabeças por ano, diz que a exemplo de outros produtores até de maior porte, também é obrigado a investir em gestão eficiente para conseguir minimizar os impactos diretos dos altos custos de produção.
Para o confinador, as perspectivas para 2012 são as mesmas deste ano, em termos de preços dos insumos e da compra de gado magro para reposição tendendo a não apresentar alguma variação relevante. “Em termos de remuneração para o produtor tivemos margens de lucro muito curtíssimas empatando ou até fazendo muitas vezes o pecuarista perder dinheiro, espero que isso não se repita em 2012”, desabafa.
Outra opinião compartilha João Bosco, Fazenda Bosco, confinador em Alto Alegre dos Parecis, em Rondônia, que confinou 700 animais em 2011 e para 2012 pretende expandir essa produção para 1.200 até 1.500 animais. “Este aumento de estrutura só se justifica pelo planejamento antecipado que fizemos com o plantio da soja precoce para depois termos ocupação com o milho safrinha na entressafra para a engorda do gado no confinamento garantindo reserva nutricional na dieta dos bovinos”, informa.
Em função disto, o pecuarista se diz otimista com o cenário para 2012, acreditando que será um ano bom para o produtor. Bosco destaca que durante o ano houve importantes elevações de preço da arroba e dos insumos, apesar de um não ter acompanhado o outro. “Felizmente várias destas precificações já estão caindo”, observa. Conforme Bosco, a grande expectativa é que para 2012 estes preços sejam regulados de maneira que venham a colaborar para margens melhores de custo versus lucro.
Fonte: Texto Assessoria de Comunicações
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