O produtor deve se preparar da porteira para dentro para enfrentar as oscilações do mercado. A orientação é do consultor técnico da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Bruno Andrade. Nessa terça-feira, 20, a associação organizou o 1º Seminário “Perspectivas para o confinamento 2012 - dentro e fora da porteira”, realizado na sede da Famato, em Cuiabá, Mato Grosso.

“Os principais desafios para o confinador estão dentro da porteira, por isso é importante investir em tecnologia para otimizar os ganhos e reduzir os riscos, fora da porteira o mercado se regula, e cabe ao produtor se adaptar”, afirma Andrade, ao mencionar fatores para os quais o pecuarista precisa estar preparado, como a cotação do boi, que está em queda, e a demanda.

Segundo ele, se o aumento na safra mundial de milho se confirmar, a perspectiva é de recuo nos custos de produção neste ano. “Mas ainda assim, os preços para aquisição de grãos devem ficar acima das médias históricas, o que deve pressionar a margem do confinador”, avalia Andrade.

Durante o seminário foram apresentadas informações para que o produtor que pretende confinar animais possa se planejar melhor. "Ainda há uma carência por informações técnicas e claras sobre a adoção do confinamento por pecuaristas mato-grossenses", explica Andrade.

Mato Grosso tem o segundo maior rebanho confinado do país. Em 2011 o estado terminou 763,9 mil animais em cocho, aumento de 29% sobre o desempenho do ano anterior. A atividade de engorda intensiva tem crescido muito nos últimos anos e a expectativa é de que o Estado assuma a liderança nacional nos próximos anos.

“Mato Grosso dispõe de animais, insumos e processos produtivos que permitem que o produtor invista no sistema de confinamento, por isso foi escolhido para a realização do seminário”, esclarece o técnico da Assocon.