Publicado em: 17/04/2012 às 11:50hs
O ano de 2012 traz boas perspectivas para a indústria brasileira exportadora de carne bovina. Isso porque o setor espera que os embarques do produto tragam divisas ao País da ordem de US$ 6 bilhões, valor 20% acima do total registrado no ano passado. Já em volume, a expectativa é de que o aumento chegue aos 10%, mesmo com as recentes quedas nas compras de alguns países.
Nos três primeiros meses do ano, o setor exportou 258,49 mil toneladas, volume 2,23% inferior às 264,38 mil toneladas embarcadas no mesmo período de 2011 e também registrou queda de 0,53% nos valores embarcados, em dólares.
Essa pequena queda teve como causa o recuo drástico das compras do Irã, cujo volume de compras foi reduzido em 92,26%, caindo dos 40,61 mil toneladas de janeiro a março do ano passado para 3,14 mil toneladas no mesmo período deste ano. Entre os motivos para esse recuo estão as sanções impostas por Estados Unidos e União Europeia ao país, diante do desenvolvimento do programa nuclear.
O país, que no ano passado foi o terceiro maior comprador da carne brasileira, sequer aparece na relação dos dez principais países importadores neste ano. “Mas aos poucos essas compras serão retomadas, com as gradativas aberturas do mercado iraniano”, afirmou Antonio Jorge Camardelli, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Bovina (Abiec), em coletiva realizada na manhã de hoje (16).
Principais destinos
Assim como em 2011, a Rússia segue como a principal compradora da carne brasileira e adquiriu 60,12 mil toneladas no trimestre. Mesmo com a queda das compras no Irã, Camardelli explicou que foi baixo o efeito nos volumes gerais embarcados no período, justamente porque em contrapartida, outros países que já eram compradores da carne brasileira expandiram seus pedidos, como é o caso do Egito que registrou alta de 197,06%, o Chile, com 242,25% e os Estados Unidos, cujo aumento foi de 264,18% no período.
Outros países como China (Hong Kong), Angola e Argélia também tiveram alta no volume adquirido. “Esses países estão em uma transição, de um regime fechado para uma cultura de mercado e se abrindo aos poucos para importações”, explicou Camardelli. Em meio às oscilações do volume embarcado, o setor comemora a valorização do câmbio.
Enquanto em 2011 os exportadores trabalhavam com a moeda a R$ 1,68, neste ano, o valor subiu para R$ 1,83. “Nós não temos do que reclamar”, afirmou Camardelli, já que o preço médio da carne brasileira teve aumento de 1,74% no trimestre e os principais elementos responsáveis pelo sucesso das exportações brasileiras – câmbio, mercado e oferta – estão melhorando.
Fonte: SouAgro
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