Publicado em: 21/11/2024 às 17:30hs
A produção de carne e leite no Brasil é diretamente influenciada pelas condições climáticas, especialmente pela disponibilidade de chuvas. Pastagens bem formadas, resultado de precipitações regulares, são fundamentais para garantir uma alimentação adequada e econômica ao gado, reduzindo custos e estabilizando os preços no mercado. No entanto, períodos de seca trazem desafios ao setor, aumentando os gastos com alimentação suplementar e pressionando os preços para o consumidor final.
“Aqui no Brasil, temos a vantagem de enfrentar poucas instabilidades climáticas severas. Não lidamos com tornados, geadas extremas ou secas prolongadas como outros países. Ainda assim, períodos de seca ou chuvas concentradas impactam a produção”, afirma Fabiano Tavares, diretor do Confinamento Pontal. Ele destaca que, apesar desses desafios, o setor pecuário brasileiro desfruta de relativa segurança climática em comparação com outros países.
Nos períodos de estiagem, os pecuaristas recorrem a estratégias alternativas, como o uso de ração e silagem, para manter a produtividade e evitar perdas no rebanho. “Sem pasto, o custo diário com ração é maior, mas o ganho de peso do gado é mais rápido. A longo prazo, esse investimento compensa, pois garante a continuidade da produção”, explica Tavares.
O mercado financeiro também reflete as oscilações climáticas, influenciando os preços de carne e leite. Tavares ressalta que essas variações são acompanhadas pela bolsa de valores, o que permite aos pecuaristas compensar custos elevados com vendas futuras mais lucrativas. “Quando a bolsa sobe, o pecuarista pode optar por travar ou vender no futuro, equilibrando as despesas adicionais com melhores retornos.”
Para enfrentar a escassez de pasto, o setor tem investido em tecnologias há décadas. O confinamento, por exemplo, tornou-se uma solução consolidada no Brasil nos últimos 30 anos. “Nos Estados Unidos, o confinamento começou há cerca de 50 anos. Aqui, ele tem cerca de 30 anos e, junto com a produção de silagem, fortaleceu nossa resiliência diante das variações climáticas”, comenta Tavares.
A preparação para enfrentar períodos de seca tornou-se prática comum no setor, garantindo a estabilidade na oferta de carne e leite mesmo em condições adversas. Com planejamento e inovação, a pecuária brasileira segue avançando, equilibrando os desafios climáticos e as demandas do mercado.
Fonte: Portal do Agronegócio
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