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Carnes: produtores preocupados com prejuízos em Mato Grosso

Em função das interdições nas rodovias mato-grossenses na semana pasada, que causaram prejuízos para frigoríficos e perdas de produtos, pecuaristas e demais entidades do setor agrícola temem redução na escala de abate e perdas para o setor


Publicado em: 10/09/2012 às 15:20hs

Carnes: produtores preocupados com prejuízos em Mato Grosso

O bloqueio foi realizado por indígenas nas BR-364 e BR-174, sendo que além de causar prejuízos ameaça o abastecimento de carnes em Mato Grosso e para outros estados compradores. Na avaliação da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), os produtores podem ser lesados com a queda nas vendas de animais para os frigoríficos, que poderão reduzir a escala de abates a fim de evitar perdas de produtos.

Dessa forma, devido à interdição caminhões carregados com produtos perecíveis, como carne, foram impedidos de circular, fazendo com que muito alimento se estragasse. Na ocasião, o Sindicatos das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo) recorreu à Assembleia Legislativa em busca de ajuda para o desbloqueio das estradas. O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, explica que aos produtores o prejuízo chega a partir da suspensão do abate para evitar que os produtos estraguem durante a espera nos caminhões ou que os estoquem superem a capacidade das unidades. Segundo ele, os pecuaristas tiveram a comercialização comprometida com a redução da escala de abates. Além disso, houve dificuldades para entrega de animais nas indústrias em algumas cidades mais distantes dos compradores.

Os bloqueios feitos pelos índios nas BRs 364 e 174, que duraram quatro dias em protesto à Portaria 303, geraram diversos prejuízos econômicos para o setor agropecuário. De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) os insumos que eram para ter chegado nas propriedades não chegaram. Os embarques dos produtos agropecuários nos portos foram atrasados. Produtos perecíveis foram perdidos, o que é lamentável. Segundo ele, o Estado não pode ficar refém de uma situação como essa. Isso mostra a ineficiência da logística, por não ter outros meios de escoamento da produção. Na avaliação do presidente da Famato, os índios têm direito a ter mais oportunidades, no entanto possuir mais terras não garante novas oportunidades.

Mato Grosso possui 90 milhões de hectares. Deste total, 6% são áreas de Unidades de Conservação, 15% são Terras Indígenas, 5% assentamentos rurais e 36% propriedades privadas com produção agropecuária. No ano passado, a Fundação Nacional do Índio (Funai) investiu apenas R$ 40 milhões em apoio à alimentação indígena, enquanto o investimento em processos de demarcação de TI somaram R$ 220 milhões no mesmo período. A Portaria 303 normatiza o regime jurídico da demarcação e da gestão de Terras Indígenas no Brasil e estas normas devem ser cumpridas por todos os órgãos do Governo Federal.

Fonte: A Gazeta

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