Publicado em: 28/03/2025 às 11:05hs
Durante a programação da Dinapec 2025, a Comissão Nacional de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu uma reunião estratégica para debater questões prioritárias para a cadeia da carne bovina. O encontro reuniu lideranças do setor produtivo, representantes de entidades e especialistas, contando com a presença de Rafael Gratão, presidente da Associação Novilho Precoce MS e vice-presidente da comissão.
Um dos temas centrais da reunião foi a implantação gradual da rastreabilidade individual do rebanho bovino, prevista para ser concluída até 2032. A medida, alinhada às exigências do mercado internacional, foi analisada sob a perspectiva da viabilidade para os produtores rurais.
“Esse tema tem ganhado cada vez mais relevância para o produtor. Se for uma necessidade, não há objeção, mas é fundamental um período adequado para adaptação. A pecuária opera em ciclos, e esse ritmo precisa ser respeitado. Já temos uma proposta elaborada na comissão e estamos empenhados em levar essa informação ao campo, promovendo palestras e facilitando o acesso às orientações”, destacou Francisco de Castro, presidente da Comissão Nacional.
Outro ponto de discussão foi o cenário comercial com a China, principal importadora da carne bovina brasileira. De acordo com Rafael Gratão, a atenção do governo chinês ao crescimento da produção local pode ter impactos diretos no mercado brasileiro.
“No último ano, o custo da arroba do boi subiu de R$ 230 para valores entre R$ 290 e R$ 300, demonstrando a sensibilidade do mercado. A China tem buscado aumentar sua produtividade interna, e essa movimentação pode refletir nos preços no Brasil. Precisamos acompanhar essas mudanças e manter o setor bem informado”, afirmou Gratão.
Além da rastreabilidade e do mercado chinês, a reunião também abordou a atualização do regulamento da União Europeia sobre o uso de antimicrobianos, um tema cada vez mais relevante nas negociações com blocos internacionais.
“Estamos trabalhando em soluções conjuntas, ouvindo os produtores e buscando caminhos que garantam a competitividade e a sustentabilidade da pecuária brasileira”, concluiu Gratão.
O encontro reuniu representantes da Embrapa Gado de Corte, Famasul, ABCZ, Acrimat e diversas federações estaduais de agricultura. Realizada no Centro de Excelência em Bovinocultura de Corte do Senar, em Campo Grande (MS), a reunião integrou a agenda técnica da Dinapec.
Paralelamente à reunião da CNA, Rafael Gratão também participou da Dinapec como palestrante, ao lado do secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Rogério Beretta. Durante a apresentação, foram divulgados os números do programa Precoce MS, que bonifica pecuaristas sul-mato-grossenses por boas práticas agropecuárias.
Atualmente, o Precoce MS conta com 2.848 produtores cadastrados, 615 profissionais responsáveis técnicos e 516 estabelecimentos certificados em diferentes níveis: 409 em nível avançado, 75 intermediário, 26 básico e 2.333 obrigatório. Além disso, há 1.930 propriedades com identificação individual de animais, 316 unidades de confinamento e 492 propriedades organizadas em sistema de associativismo.
Beretta destacou a evolução do programa desde sua reformulação. “No passado, apenas 50 produtores do sistema anterior haviam adotado boas práticas agropecuárias. Hoje, são 516, um salto significativo. Nosso próximo objetivo é fazer com que os 2.300 produtores cadastrados passem por um processo de avaliação de suas propriedades. A partir de abril, na renovação do cadastro, todos passarão por essa etapa”, explicou.
Fonte: Portal do Agronegócio
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