Cada vez mais exigente, ele escolhe, antes de consumir, o que se enquadra ao seu estilo de vida. Vestuário, entretenimento, educação, tudo passa pelo crivo do controle. Nem a alimentação ficou imune. Alimentos saudáveis, seguros e sustentáveis, são adjetivos que fazem a diferença para o consumidor e seus reflexos chegam a todos os atores de uma cadeia produtiva.

Com a pecuária de corte não foi diferente. Qualidade da carne, características nutricionais, origem, meio ambiente e sistema de produção são fatores decisivos. A Indicação Geográfica (IG) chega como um diferencial. Proporciona identidade própria ao produto e fornece componentes inconfundíveis que o distingue dos demais, perfeita para um consumidor exigente.

As Indicações são um direito de propriedade intelectual, como as patentes e as marcas, e seu reconhecimento é resultado de um trabalho em grupo. Produtores de uma mesma região reconhecem o valor de seu produto e se organizam para defendê-lo e obter o reconhecimento oficial da diferenciação. Para fomentar essa estratégia, a Embrapa realizará o I Seminário sobre Potencialidades de Agregação de valor na Cadeia Produtiva de Pecuária de corte no Mato Grosso do Sul, nos dias 26 e 27 de novembro, em Campo Grande-MS.

“O Estado de Mato Grosso Sul há muito tempo merece um evento como esse que visa discutir as potencialidades e estratégias de agregação de valor para a carne bovina, assim como, para os produtos cárneos, como o uso de marcas coletivas, marcas de certificação e indicações geográficas”, ressaltou Rodiney de Arruda Mauro, pesquisador da Empresa e um dos organizadores do Seminário.

“É uma forma de explorar nichos de mercado”, completa Guilherme Cunha Malafaia, também coordenador do evento. Atualmente, continua o administrador, “a pecuária de corte é caracterizada como produtora de commodities, mas possui grande potencial de mercado para atuar em mercados premium que valorizam produtos diferenciados. Os produtos tradicionais típicos e/ou diferenciados, embasados no tripé sustentabilidade, qualidade e valorização de território, começam a despertar elevado interesse como alternativa à produção convencional de carne, podendo tornar-se um recurso importante na diversificação desses sistemas produtivos”.

Para eles, a Indicação Geográfica fornece um selo ao produto e “pode ser utilizada como uma estratégia para viabilização de alternativas sustentáveis para a cadeia produtiva da pecuária de corte no estado”, avalia Malafaia, doutor em Agronegócio, e “como bons exemplos, na temática ‘agregação de valor’, há a marca coletiva “Primo Corte” da Associação Sul-Mato-Grossense dos Produtores de Novilho Precoce e a produção de carne orgânica do Pantanal, por meio da Associação Brasileira de Produção Orgânica (ABPO), todas de MS”, cita Rodiney Mauro, cientista em Ecologia.

Com os olhos na pesquisa, os coordenadores acreditam que o debate permitirá “conhecer melhor o tema, Indicação Geográfica, e construir uma agenda de P&D para o assunto”, prevê Guilherme Malafaia e, assim, conforme Rodiney Mauro, “a longo prazo, a Embrapa oferecerá aos produtores resultados de projetos que contribuam para o desenvolvimento da pecuária de corte”.

Evento – O I Seminário sobre Potencialidades de Agregação de valor na Cadeia Produtiva de Pecuária de corte no Mato Grosso do Sul acontecerá no auditório Nelore da Embrapa Gado de Corte, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, nos dias 26 e 27 de novembro, na capital sul-mato-grossense. A comissão técnico-científica além dos especialistas Rodiney Mauro e Guilherme Malafaia é formada pelas cientistas Fabiana Villa Alves e Raquel Soares Juliano.

Com apoio da Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO), Associação do Novilho Precoce/ MS, Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI),

FIEMS, Sebrae, Universidade Federal de Goiás e Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a programação do Seminário, inscrições e mais informações estão disponíveis no portal do evento: http://cloud.cnpgc.embrapa.br/origem2012.