Publicado em: 16/05/2013 às 12:10hs
Nelore, Brahman, Gir, Gir Leiteiro, Indubrasil, Sindi, Tabapuã e Guzerá. São essas as principais raças zebuínas selecionadas no País e que estiveram presentes na ExpoZebu 2013. Além delas, tem-se a Cangaiam, ainda composta por poucos representantes catalogados no território nacional. O gado de origem asiática representa mais de 80% da pecuária brasileira, uma vez que traz consigo características fenotípicas e genotípicas que vão ao encontro das necessidades climáticas e de manejo das nossas terras.
Foi a partir da região de Uberaba (MG), berço da exposição, que se deu a difusão zebuína. É por isso que a ExpoZebu é o mais importante ponto de encontro de quem dá continuidade e investe na pecuária leiteira e de corte. Significa também uma forma especial de comemorar a força produtiva do boi zebu. Nesta edição, mais de 190 mil pessoas visitaram o Parque Fernando Costa e cerca de R$ 150 milhões foram movimentados entre os dias 03 e 10 de maio. Desse valor, R$49.346.180,80 foram faturados nos 42 leilões e, aproximadamente, R$ 100 milhões negociados no 1ª ExpoZebu Dinâmica, espaço destinado à apresentação de novas tecnologias para máquinas e equipamentos utilizados na pecuária.
São diversos os públicos que se interessam pelo Zebu e visitam a feira com diferentes objetivos. A CRI genética, multinacional com sede brasileira em São Carlos (SP), por exemplo, esteve com sua equipe presente para acompanhar de perto as novidades, observar a evolução dos zebuínos e prestigiar o trabalho que vem sendo feito ao longo das várias décadas de exposição. Como a central trabalha tanto na comercialização de sêmen das raças com aptidão para leite quanto para corte, os representantes comerciais e promotores de produtos de ambas as especificidades, além do próprio diretor executivo, Sergio Saud, reservaram um tempo para visitar a cidade de Uberaba nestes dias.
Daniel Carvalho, Gerente de Corte da CRI Genética, esteve no evento durante o julgamento a raça Nelore e atenta para o fato de que o rebanho nacional é formado quase em sua totalidade por zebuínos e que isso “não é à toa, não tem fórmula mágica, é porque funciona”. Afinal, são esses os animais que se encontram adaptados ao solo brasileiro. Observada a sua origem em terras semelhantes às nacionais, o gado carrega resistência à parasitose e ao calor, devido ao pelo mais curto, e apresenta conformação corporal que evita, por exemplo, doenças de umbigo. Assim, configura-se no modelo mais produtivo a pasto, sistema predominante no Brasil.
O trabalho e, também, o desafio do pecuarista brasileiro é garantir um melhoramento genético que preserve e evidencie as características das raças. Para Daniel Carvalho, o grau de seleção já alcançado foi o que abriu portas para o cruzamento industrial, pois garante uma base sólida zebuína, essencial para o sucesso da produção em escala. Essa é a justificativa de maior peso que o gerente da CRI aponta sobre a preservação da ExpoZebu. “Esta base genética está aqui. A ExpoZebu representa o sítio dessa base, é o ninho dela, é onde nasceu e se desenvolveu. É daqui que vai continuar saindo muitas delas e nós temos que incentivar e fomentar tudo o que vem desenvolver as raças zebuínas, temos que estar presente e apoiar cada vez mais”, conclui.
A participação da CRI no mercado genético de Zebu é representada pela comercialização de sêmen das raças Gir Leiteiro e Guzerá Leiteiro para os produtos de leite e das raças Brahman, Nelore, Nelore Mocho e, mais recentemente, a Tapabuã, para os produtos de carne.
O comércio de material de touros zebuínos foi intensificado há cerca de seis anos e, desde então, vem apresentando crescimento significativo e absorvendo reprodutores de qualidade genética cada vez mais desenvolvida. A evolução do ano de 2011 para 2012, registrada na CRI Genética, indicou, para a raça Nelore, um aumento de 81% nas vendas de doses de sêmen. Daniel Carvalho explica que, mais do que ter uma alta porcentagem, os zebuínos, representados aqui pelo Nelore, vêm de um mercado em ascensão contínua, o que comprova, mais uma vez, que são a base da pecuária brasileira.
Considera-se ainda para a raça Nelore, que o mercado nacional de sêmen, de acordo com Daniel, diz respeito a apenas 10% do que é criado. “Os outros 90% são referentes a produtos gerados a partir de monta natural e é aí que mora o desafio. Temos que considerar este produtor e não deixar que a qualidade desse gado caia, visando, sempre, a evolução da raça e da categoria zebuína”.
Fonte: Berrante Comunicação
◄ Leia outras notícias