Bovinos de Corte

Brasil, líder mundial em técnicas de reprodução bovina

O país pode comemorar não só o sucesso no desenvolvimento e domínio das técnicas usadas na reprodução animal assistida, mas a conquista de espaço definitivo e destacado nesse mercado.


Publicado em: 13/10/2008 às 09:30hs

...

As bases para consolidar o Brasil como grande produtor mundial de embriões de bovinos, seja pelo método convencional de Transferência de Embriões (TE) a fresco ou em laboratórios por meio da Fertilização In Vitro (FIV), estão consolidadas. Quase três décadas após o início das primeiras pesquisas, o país pode comemorar não só o sucesso no desenvolvimento e domínio das técnicas usadas na reprodução animal assistida, mas a conquista de espaço definitivo e destacado nesse mercado.

A International Embryo Transfer Society (Iets), entidade internacional criada com o propósito de orientar, assistir e fiscalizar o desenvolvimento das pesquisas no campo das biotecnologias reprodutivas aponta o Brasil como referência mundial na produção de embriões.

A popularização da técnica de fertilização de bovinos em laboratório, processo iniciado na década de 1990, aconteceu de maneira gradual e motivada basicamente por necessidades mercadológicas. Nos últimos anos o conhecimento sobre a tecnologia foi ampliado e o surpreendente avanço da produção coloca a pecuária brasileira definitivamente em pé de igualdade com os países mais desenvolvidos no mundo.

Os números comprovam essa evolução fantástica das técnicas de TE e FIV. Nos últimos cinco anos, a produção nacional saltou de 60.000 para 200.000 embriões transferidos/ano, aproximadamente, sendo que mais de 90% foram produzidos em laboratório.

Outros fatores de mercado, como a forte pressão do consumidor mundial por qualidade, escala e padronização dos produtos de origem animal, somados à própria competição por espaço entre a pecuária, a agricultura e a bioenergia contribuem para uma maior produtividade, provocando um  crescimento acelerado das técnicas de reprodução artificial. A comprovação prática está na busca incessante por eficiência na produção animal, hoje não mais medida por arrobas, mas pela taxa média de desfrute dos rebanhos ou por Kg. de carne / hectare / ano ou litros de leite / hectare / ano.

Nessa lógica que envolve o mercado globalizado de produção e consumo de produtos primários, a pecuária brasileira tem nas técnicas de reprodução assistida um forte aliado para elevar a produtividade média dos rebanhos; uma vez que permitem aumentar substancialmente a quantidade de nascimentos de bezerros geneticamente superiores, quase que simultaneamente.

E, acima de tudo, está uma análise matemática indiscutível: enquanto pelo método convencional de reprodução por meio das técnicas de Inseminação Artificial (IA), cada vaca doadora pode dar no máximo um bezerro por ano, nas técnicas de TE e FIV o rebanho é multiplicado em número de 15 até 50 crias por ano, respectivamente.

O efeito desse resultado para o melhoramento genético do gado é extraordinário. Mas aqui fica um alerta: é preciso que a técnica seja feita de forma correta, por profissionais capacitados, em fazendas capazes de absorverem essa tecnologia e a partir de escolha criteriosa dos acasalamentos de modo a corrigir ou melhorar determinadas características que incidem na produtividade dos rebanhos. 

Múcio Túlio Teixeira Alvim
Médico veterinário e diretor do Cenatte Embriões

Fonte: Texto Assessoria de Comunicações

◄ Leia outros artigos