Para comprovar, basta rápida visualização do gráfico abaixo: ele mostra que em apenas duas ocasiões a evolução relativa de preços do frango abatido foi superior à do frango vivo: a primeira, por brevíssimos 5 dias, na primeira quinzena de janeiro; a segunda, atualmente, desde o dia 20 de fevereiro.

Não é preciso muito exercício para concluir que esta última ocorrência coincide exatamente com o período em que o frango vivo enfrentou queda de preço após quase 40 dias de estabilidade. Porém, o que mais ressalta no comportamento do frango abatido no decorrer de fevereiro é que embora viesse experimentando valorização desde o início do mês, obteve melhores preços a partir da segunda quinzena, ao contrário do que ocorre normalmente em quase todos os demais meses do ano.

Em outras palavras, os preços do frango abatido só recuaram (por curto período, pois no momento se encontram em franca recuperação, fato que o gráfico ainda não aponta) porque caiu o preço do frango vivo, não porque tenha ocorrido um desequilíbrio entre oferta e procura. Tanto que seus preços recuaram menos que os da ave abatida – a despeito do final de mês.

O que se quer dizer, em suma, é que a atual fraqueza de mercado é apenas aparente, tem uma causa pontual: a oferta, no mercado independente, de aves vivas provenientes de integrações que criam para abate próprio.

Como essa ocorrência tende a ser superada no curto prazo, também a debilidade do mercado deve ser passageira, independente até da chegada de um novo mês. E uma vez que produzir frango para venda no mercado independente tornou-se um risco que poucos têm condições de assumir, a ave viva deve voltar a valorizar-se mais que a abatida.