Como mostra outra matéria desta edição, essas baixas podem estar sendo causadas por aumento da oferta e/ou pela combinação de um ou mais dos seguintes fatores:

1º) baixa capacidade aquisitiva do consumidor no trimestre inicial do ano, em função do atendimento de uma série de compromissos financeiros;

2º) intensificação do período de safra das carnes;

3º) momento religioso (período final da Quaresma);

4º) período do mês (segunda quinzena, ocasião em que a velocidade no comércio de alimentos decresce paulatinamente até o final do período).

Mas tudo indica que as baixas atuais vêm sendo exacerbadas por um quinto fator: a pressão dos varejistas sobre o setor produtivo visando à redução de preços sinalizada pelo governo a partir da desoneração de tributos incidentes sobre produtos da cesta básica.

Em outras palavras, trava-se neste instante verdadeiro braço de ferro entre os dois segmentos. E como os custos, embora decrescentes, permanecem elevados, cumpre aos produtores tentar manter os preços do produto. De que forma? Reduzindo a oferta de frangos abatidos.

Só que, para isso, inunda-se o mercado independente de aves vivas que, mesmo sem ter alterado os níveis anteriores de produção, enfrenta, abruptamente, altos excedentes de oferta e, por decorrência, derrubada generalizada de preços. É um processo que tende a se estender por esta e pela próxima semana.