Em São Paulo, chegou a ser comercializado por mais de R$36,00/saca. Mas fechou dezembro com preço médio de R$35,68/saca, valor que representou variação de 26,2% em um ano e de 42,3% (!) em apenas seis meses.

Parece, no entanto, que nenhum integrante da indústria do frango reclamou. E por quê? Porque, no mês, o frango também alcançou sua melhor remuneração nominal de todos os tempos. A ponto de o preço médio registrado – possibilidade impensada na maior parte do ano – ter superado o valor de um pacote padrão contendo as duas principais matérias-primas do produto, milho e farelo de soja (à razão de 3:1, proporção aproximada observada nas rações para frangos).

Essa aproximação de preços não é nova, pois ocorreu também nos dois dezembros anteriores. Mas no decorrer de 2012 nunca foi cogitada, pois desde janeiro as diferenças entre o custo do pacote e o preço recebido pelo frango vinham sendo, pode-se dizer, abissais. E ainda que a partir do segundo semestre houvesse correção dos preços do frango, as diferenças persistiam.

E como foi que desapareceram em dezembro? Simples: readequando-se a oferta à procura, o que permitiu que a capacidade aquisitiva do setor fosse recuperada, com resultados financeiros até melhores que os de um ano antes. Moral da história: não são os custos que afetam a estabilidade econômica do setor, mas, sim, o equilíbrio entre oferta e procura.