Avicultura

Positivismo em relação ao setor marca encontro técnico de avicultores

Ainda que este tenha sido considerado um ano de crise para a avicultura, devido ao aumento nos custos do milho e da soja ? insumos essenciais das rações para frangos de corte, o VI Encontro Técnico Unifrango, que aconteceu nos dias 21 e 22 de novembro, em Maringá (PR), foi marcado pelo positivismo dos especialistas na área


Publicado em: 28/11/2012 às 20:10hs

Positivismo em relação ao setor marca encontro técnico de avicultores

O evento foi organizado pelo Comitê Técnico Sanitário do grupo, que é constituído por, no máximo, dois integrantes de cada uma das onze empresas participantes, e tem como principal objetivo propor medidas de ações direcionadas a proteção e aprimoramento das práticas de defesa sanitária animal.

De acordo com Cidinei Miotto, médico veterinário com MBA em Gestão Empresarial e diretor comercial da Nutron Alimentos, no último trimestre houve uma recuperação nos preços do frango, por causa da redução da oferta a partir do início do segundo semestre, o que auxiliou as empresas a sair do prejuízo. Por isso, Miotto prevê um cenário positivo para 2013, tendo o preço do frango estabilizado a um patamar mais elevado e um controle maior na cotação dos grãos. Dessa forma, para os próximos anos, segundo ele, a estimativa é que a atividade tenha expansão de 3% no país.

Apesar desse positivismo, Miotto ressalta a importância de o mercado atentar para fatores como sustentabilidade, bem-estar e sanidade animal, pontos estes, que têm se tornado mais presentes nos hábitos de consumo moderno. De toda forma, segundo o especialista, o Brasil continuará forte no mercado internacional, por sua qualidade de mão de obra, ao grande número de empresas e expansão contínua na demanda mundial por proteína animal.

O manejo correto de vacinas, aditivos e nutrição também foi apresentado no evento como uma forma de maximizar os investimentos das indústrias no setor. O médico veterinário, mestre em Saúde Animal e diretor da unidade Negócios Aves da Pfizer Saúde Animal, Giankleber Diniz, trouxe situações reais para mostrar como esses fatores são importantes na recuperação de uma situação de crise.

Além disso, o médico veterinário especialista em Ciências Aviárias José Luiz Januário, técnico da Cobb-Vantress, mostrou aos participantes a necessidade de investimentos na área de tecnologia a favor do bem-estar das aves. De acordo com Januário, o Brasil ainda precisa evoluir na estrutura de criação desses animais. Para ele é necessário dispensar uma atenção especial à remoção do calor produzido pelas aves. “Devido às mudanças bruscas na amplitude térmica em um único dia, o Paraná teve perdas significativas na produção de frango no mês de outubro, quando ainda estávamos na primavera”, explicou.

Outro tema debatido durante o evento foi a revisão das Instruções Normativas 56 e 59, as últimas novidades sobre o assunto foram trazidas por Inácio Kroetz, diretor-presidente da Adapar, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná. A IN 56, de 2007, é resultado da preocupação do setor comercial com a biossegurança, principalmente pela possibilidade da influenza de alta patogenicidade. Essa instrução trata da necessidade de que medidas de prevenção e contenção sejam adotadas e planejadas, para que a sanidade das aves seja garantida e o mercado de exportação mantido. As medidas de segurança tiveram um prazo estabelecido pela IN 56 e, três anos mais tarde, a IN 59 foi criada para ampliar esse prazo que se encerra em dezembro deste ano. Com muito trabalho ainda a ser feito, é provável que o setor não conclua o planejado até esta data. Por isso, há a necessidade de se discutir os rumos da biossegurança na avicultura, buscar alternativas viáveis e não só prorrogar esses prazos. Na oportunidade, Kroetz apresentou, também, as ações da nova autarquia.

Cenário mundial

O ex-ministro da Fazenda e economista, Maílson da Nóbrega foi quem abriu oficialmente o Encontro, trazendo aos participantes um panorama de como está a economia mundial e nacional. Em sua palestra ele explicou os motivos que levaram a Europa à crise em que se encontra há seis anos, e que se acentuou em 2008. Em linhas gerais, o ex-ministro mostrou o porquê de o Euro não correr o risco de se desintegrar, já que é uma forma de unir os países europeus. Mas, para ele, apesar disso, a Europa ainda não está pronta para ter uma moeda única. É preciso que os países tenham, acima de tudo, uma união fiscal ou algo centralizado, capaz de agir nas situações de crise e nas emergências, e transformando a União Europeia em uma área monetária ótima.

Especificamente falando de Brasil, de acordo com o ex-ministro, os riscos econômicos específicos para o país seriam a desintegração do euro e a desaceleração forte da economia da China. Nos próximos anos, portanto, o Brasil vai lidar com um cenário internacional semelhante ao de hoje, com os países da Europa em recuperação e a China crescendo a passos largos. Dessa forma, o Brasil depende muito mais dele do que de uma mudança na economia europeia. Além disso, o Brasil hoje tem muito mais capacidade de lidar com a crise do que antes. Segundo ele, o cambio hoje é mais fixo do que flutuante e o país está chegando a quase US$ 400 bilhões em reservas internacionais, ou seja, o país tem mais em caixa em moeda estrangeira aplicada em títulos públicos, do que deve. “O mundo deve mais ao Brasil do que o Brasil ao mundo, algo inédito”, diz.

Fonte: Assessoria de Imprensa Unifrango

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