As exceções (isto é, valores médios superiores aos de dezembro) correspondem aos dedos de uma mão: nesses 16 anos, em apenas cinco ocasiões (menos de um terço do total) o novo exercício foi aberto com valor médio mensal maior que o registrado no fechamento do ano anterior.

Como o recuo de preço no mês parece ser uma regra, janeiro de 2013 não deve fugir a ela. No entanto, a queda em relação ao mês anterior – até aqui de apenas 0,18% - é ínfima frente à média de 16 anos e, mais ainda, em relação ao ocorrido um ano atrás. Pois, então, o preço médio de janeiro ficou 25,11% aquém do que foi registrado em dezembro de 2011, correspondendo também ao pior resultado observado no longo período analisado.

Em função do fraquíssimo desempenho há um ano é que agora a remuneração recebida pelo produtor alcança valor 100% superior. Quer dizer: não que o preço atual seja ótimo, o de um ano atrás é que era péssimo.

É verdade que, nesse índice, está embutida, também, a elevação de custos enfrentada pelo setor desde o ano passado. Isso sem contar que a cotação atual reflete, igualmente, a queda de produção imposta ao setor pela falta de condições financeiras para manter o ritmo anterior.

Mas, sem dúvida, os danos enfrentados (alguns irrecuperáveis) com certeza teriam sido bem menores não fosse aquele desastroso início de ano.

Que o ocorrido sirva de lição e não seja esquecido. Mesmo porque a atual valorização de 100% do frango vivo não tem qualquer significado, visto estar sendo alcançada à custa de muito sofrimento. Foi (e está sendo) verdadeira Vitória de Pirro.