Novos dados consolidados divulgados pela Apinco e relativos ao alojamento brasileiro de pintos de corte ajudam a explicar a forte valorização experimentada pelo frango no mercado paulista no bimestre final de 2012, especialmente em dezembro corrente: fortíssima redução no volume de pintos alojados, processo que vem desde o início do ano, mas que se acentuou de forma significativa no trimestre agosto-outubro – não por coincidência, o período em que se agravam os problemas econômico-financeiros do setor com a explosão dos custos de produção.

Não que os demais estados tenham mantido o ritmo anterior. Mas parece que em São Paulo os efeitos da crise (que se iniciou antes da elevação dos custos e começou a ser desencadeada por um excesso de produção) foram potencializados. A ponto de fazerem com que, neste ano, somente em janeiro o volume alojado ficasse acima do registrado um ano antes.

Ainda assim, por diferença mínima: 1 milhão de cabeças (ou 1,5%) a mais. Assim, a indústria do frango paulista chegou a outubro com um alojamento quase 100 milhões de cabeças menor que o de idêntico período de 2011.

Mas as maiores reduções ocorreram no segundo semestre. Em outubro, por exemplo, o volume alojado em São Paulo foi perto de um quarto menor que o de outubro de 2011. Como esse volume reduzido chegou ao mercado (agora como frango) entre, aproximadamente, 15 de novembro e 15 de dezembro, explica-se a forte reação experimentada pelo frango no mercado paulista.

E uma vez que em novembro o alojamento deve ter sido ainda menor (o mês não só é mais curto, como também a reação de preços – possível estímulo a um alojamento maior - ocorreu tardiamente) é praticamente certo que o volume alojado ficou ainda aquém do registrado em outubro. Ou seja: muito provavelmente, a oferta paulista de frangos vem sendo 30% menor que a registrada no Natal de 2011.