Molina, que também é líder associativista e vice-presidente da Comissão Internacional do Ovo (IEC, na sigla em inglês) explicou que o valor se refere tanto aos prejuízos diretos enfrentados pelos avicultores, como às implicações indiretas sobre varias atividades relacionadas à avicultura, como o setor de matérias-primas para rações e os transportes.

Como exemplo dos prejuízos indiretos lembrou que, ao sacrificarem-se milhões de aves para evitar a disseminação e controlar a doença, caiu substancialmente o consumo de rações. Com isso, deixaram de ser comercializadas matérias-primas em valor estimado em 2,435 bilhões de pesos. Ressalvou, de toda forma, que as perdas podem ter sido ainda maiores “por não haver-se atuado com a seriedade e profundidade que o problema exigia”.

Como o desafio, agora, é retornar à normalidade, ressaltou ser necessária a formulação de uma “Política de Estado” para a qual confluam os pontos de vista do setor produtivo e dos vários segmentos do setor público envolvidos com a atividade. Mais: é preciso que, nessa Política, todos os objetivos estejam articulados e voltados para dar à atividade competitividade mundial, não apenas apoios emergenciais de forma isolada.

Segundo o jornal El Informador, de Guadalajara, os prejuízos diretos causados pela gripe aviária com o sacrifício sanitário das aves em criação na região afetada (22,3 milhões de cabeças) foi de 5,846 bilhões de pesos.

Comentário adicional: a situação por aqui é diferente e, felizmente, não está relacionada a problemas de saúde animal. Mas o furacão que vem devastando a avicultura brasileira está deixando os mesmos rastros de destruição daquele que atingiu o México, com prejuízos diretos e indiretos imensuráveis. Daí, também, a necessidade de uma “Política de Estado” ampla e objetiva para a atividade. Mas aquele que é o quinto maior gerador de divisas cambiais do País, o principal abastecedor de proteínas de origem animal para a população brasileira e contribuinte-chave da manutenção do homem no campo, vai se afogando lentamente, sem que nada se faça por ele. Acorda, Brasil!