Senão totalmente, boa parte dessas indagações pode ser respondida a partir dos dados do IBGE relativos ao abate inspecionado de frangos e dos dados da SECEX/MDIC relativos às exportações de carne de frango.

Como se sabe, os números levantados pelo IBGE sobre o abate de frangos sob inspeção (federal, estadual ou municipal) não correspondem a 100% do abate nacional, pois boa parte do setor ainda opera sem qualquer tipo de inspeção. É reconhecido, porém, que, nos principais estados produtores, os níveis de inspeção estão entre os mais elevados, correspondendo à quase totalidade dos abates. Não por coincidência, esses estados são, também, os principais exportadores de carne de frango do País.

Dessa forma, deduzindo-se do abate total (IBGE) o volume exportado (SECEX/MDIC) tem-se uma indicação muito aproximada do volume que fica para o mercado interno em cada estado produtor/exportador. Contrapostos, por sua vez, à população estimada pelo IBGE para cada estado, esse volume indica a respectiva disponibilidade interna per capita e, por decorrência, o grau de suficiência do estado, considerada a média nacional.

No quadro abaixo estão sintetizados os resultados relativos ao primeiro trimestre de 2012 de oito estados. Considerada a disponibilidade interna encontrada (no trimestre, total de 1,974 milhão de toneladas) e estimando-se que a população brasileira seja de 195 milhões de habitantes, tem-se uma disponibilidade média de 10,1 kg per capita no trimestre – 40,5 kg no ano.

O resultado, neste caso, é que apenas dois estados (São Paulo e Minas Gerais) registram disponibilidade inferior à média nacional – dependem, portanto, do abastecimento de outros estados. Os outros seis são autossuficientes no abastecimento interno de suas respectivas populações.