Publicado em: 23/04/2025 às 11:05hs
As exportações de carne de frango do Brasil para os países árabes começaram 2025 com o mesmo ritmo positivo registrado no ano anterior. De acordo com dados da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, que monitora o comércio entre o Brasil e a região, no primeiro trimestre do ano, as vendas do produto aumentaram 9,95%, totalizando US$ 936,29 milhões.
A Arábia Saudita se manteve como o principal destino das exportações brasileiras, com compras que atingiram US$ 256,94 milhões. Os Emirados Árabes Unidos e o Iraque seguiram na sequência, com US$ 224,50 milhões e US$ 98,76 milhões, respectivamente. Nesse período, o preço médio da tonelada de frango foi mais alto nos três principais mercados. Na Arábia Saudita, o valor subiu 19,47%, para US$ 2.474,62, enquanto nos Emirados Árabes Unidos, o aumento foi de 3,44%, alcançando US$ 2.041,84. No Iraque, o preço subiu 2,55%, chegando a US$ 2.189,32 por tonelada, refletindo diretamente no crescimento do valor total das exportações em relação ao mesmo período do ano passado.
Apesar do aumento nos preços, os volumes de frango exportados se mantiveram relativamente estáveis. Embora alguns mercados apresentaram quedas, como os Emirados Árabes Unidos e o Iraque, esses declínios foram compensados pelo bom desempenho da Arábia Saudita. Ao todo, os 22 países árabes do Oriente Médio e do Norte da África adquiriram 453,59 mil toneladas de frango brasileiro, um aumento de 3,30% em relação ao primeiro trimestre de 2024. No entanto, nos três maiores mercados, apenas a Arábia Saudita registrou crescimento nas compras, com um avanço de 1,28%, totalizando 103,83 mil toneladas. Já nos Emirados Árabes Unidos, o volume caiu 7,54%, para 109,95 mil toneladas, enquanto o Iraque teve uma redução de 2,81%, com 45,11 mil toneladas.
Em contraste com o crescimento do setor avícola, as vendas de carne bovina, que atingiram recorde histórico no ano passado, apresentaram uma queda de 12,02%, somando US$ 391,78 milhões. A Argélia se destacou como o principal comprador de carne bovina brasileira na região, com um aumento expressivo de 105,79% nas compras, que chegaram a US$ 113,93 milhões no primeiro trimestre. Em seguida, a Arábia Saudita (US$ 64,58 milhões) e o Egito (US$ 54,08 milhões) completaram os três maiores compradores.
No total das exportações para os países árabes, que incluem uma ampla gama de produtos alimentícios e bebidas, o valor registrado foi de US$ 4,98 bilhões, refletindo uma queda de 12,29%. Esse declínio pode estar relacionado ao início antecipado do Ramadã em 2025, que começou em 28 de fevereiro, e que tende a desacelerar o ritmo de embarques. "Antes do Ramadã, é comum que importadores e consumidores compitam para formar estoques. Durante o mês sagrado, muitas famílias jejuam durante o dia e fazem refeições apenas à noite, o que limita o consumo e a circulação de mercadorias", explica Mohamad Mourad, secretário-geral da Câmara Árabe-Brasileira.
O executivo destaca que essa dinâmica é observada nas estatísticas de exportações, com um pico de vendas registrado cerca de cinco meses antes do Ramadã, uma desaceleração durante o mês sagrado e uma recuperação gradual logo após sua conclusão. "Acreditamos que as exportações se recuperarão nos próximos meses, permitindo uma avaliação mais precisa da demanda nos mercados árabes", conclui Mourad.
Fonte: Portal do Agronegócio
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