Assim, às vésperas de completarem-se 30 dias de preço estável em R$2,40/kg (valor que se mantinha desde 14 de agosto passado), o produto obteve um adicional de cinco centavos, sendo negociado por R$2,45/kg, novo recorde nominal na história do setor.

A saudada ocorrência parece confirmar a possibilidade aventada pelo AviSite na última segunda-feira, ocasião em que se observou que nesta semana começam a ser abatidos os frangos alojados (com um dia de idade) em agosto passado, mês em que, tudo indica, houve sensível redução dos alojamentos. Em sendo isso verdadeiro, a tendência de menor oferta deve se acentuar com o avançar do mês e assegurar a firmeza do mercado – independente, até, de estarmos próximos do final da primeira quinzena.

Ressalve-se que a “saudada ocorrência” citada acima não advém do aumento em si, mas do fato de, pela primeira vez neste ano, o preço recebido pelos produtores estar um pouco mais compatível com o custo de produção. Note-se, a propósito, que o custo de produção levantado pela Embrapa Suínos e Aves em agosto passado e referente ao estado do Paraná (onde, aparentemente, os gastos são menores que o de São Paulo) foi de R$2,37/kg. Uma vez que, de lá para cá, milho e farelo de soja continuaram em alta, é certo que o valor de agosto já foi superado. Assim, o setor consegue, no máximo, empatar. Mas já não perde como no restante do ano.

De qualquer forma, a situação atual não equaciona os problemas do setor que, até agora, continua ao Deus dará. Assim, só resta torcer para que a produção continue decrescendo e os preços aumentando – única forma de começar a amortizar os altos prejuízos até aqui acumulados.

Em tempo: em Minas Gerais o frango vivo permaneceu com o preço inalterado em R$2,50/kg (também desde 14 de agosto) e, segundo a Jox Assessoria Agropecuária, o mercado local é calmo.