Publicado em: 03/09/2012 às 10:20hs
Cumpriu-se, dessa forma, a sazonalidade que caracteriza tradicionalmente a comercialização do ovo: recuperação de preços em junho, com a chegada do inverno; e retrocesso a partir de agosto, com a aproximação da primavera. Algo absolutamente aceitável em condições normais de mercado; mas sem dúvida catastrófico nas condições atuais de produção.
Por sinal, mencionar que o ovo alcançou no bimestre passado seus melhores preços de todos os tempos só é válido se considerarmos seu valor nominal. Pois há menos de ano e meio atrás, em abril de 2011, sua cotação média ficou em R$52,88/caixa. Compute-se nesse valor a inflação acumulada no período e se concluirá que não há ganho algum atualmente.
Muitíssimo ao contrário. Pois, entre abril de 2011 e agosto de 2012, enquanto a remuneração obtida pelo ovo registrou variação pouco superior a meio por cento, o custo do milho apresentou incremento de 16% e o do farelo de soja de (estratosféricos!) 136,5%. Ou seja: se lá atrás pouco mais de 20 caixas de ovos adquiriam uma tonelada de milho e um tonelada de farelo de soja, hoje, para o mesmo volume de matérias-primas, são necessárias 37 caixas de ovos, 80% a mais!!!
Na avicultura de corte, para conseguir reaproximar o preço recebido pelo frango dos custos de produção, o setor produtivo reduziu o volume de aves alojadas e, principalmente, reduziu o tempo de criação, com isso gerando oferta de carne mais compatível com o momento enfrentado. Na avicultura de postura, a única saída é descartar poedeiras mais velhas. Talvez, porém, nem esse mecanismo ajude a atividade a recuperar preços, pois, nesta época do ano, cresce a oferta (e a concorrência) de produto proveniente de pequenas criações paralelas.
Sem apoio oficial, o setor de postura corre o risco de enfrentar problemas maiores que os da cadeia do frango.
Fonte: Avisite
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