Fechou a semana retrasada (sábado, 4) cotado a R$2,05. Sete dias depois (sábado, 11) foi negociado por R$2,30/kg, registrando uma valorização nunca vista em tão curto espaço de tempo.

Mas o que em outras ocasiões foi motivo de comemoração, desta vez não causa qualquer comoção no setor. Porque os ganhos (?) que vêm sendo registrados são apenas e tão somente o reflexo da crise que abateu a produção por todo o primeiro semestre e se aprofundou no início do segundo semestre – justamente quando, com a sazonalidade da entressafra, contava-se com o início da recuperação das perdas acumuladas nos seis primeiros meses do ano.

Porém, mesmo os preços atuais são elevados apenas na aparência. Pois ainda que na média apresentem incremento de quase 15% sobre o mês anterior, se encontram apenas 2,33% acima da média alcançada em agosto do ano passado. Ou seja, sequer cobrem a inflação do período. Muito menos o custo, que só agora começa a ser compensado.

Como, nesta semana, começam a ser abatidos os pintos alojados no início de julho passado, pode-se contar, doravante, com uma oferta de aves vivas ainda decrescente e significativamente menor que a das semanas anteriores. É fácil concluir porque: embora já atingindo níveis preocupantes, os preços do milho e do farelo de soja nos primeiros dias de julho eram bem menores que os enfrentados no decorrer do mês, quando passaram a apresentar elevação contínua (entre 1 e 31 de julho o milho aumentou 35% e o farelo de soja quase 25%). Assim, com certeza, os alojamentos subsequentes vieram decrescendo. E continuam em decréscimo. Não será surpresa se agosto corrente registrar o menor volume de 2012.