Publicado em: 03/09/2012 às 10:50hs
Para quem olha de fora foi um bonito desempenho. Pois os resultados registrados não expõem o fato de que o setor precisou fazer “das tripas coração” para obter essa valorização e, quando muito, amenizar ligeiramente os efeitos da alta dos custos das matérias-primas sobre a atividade.
Mas, embora recordes, os valores alcançados ainda estão longe de proporcionar a estabilidade do setor. Talvez nunca cubram os prejuízos enfrentados, que se acumularam no primeiro semestre e explodiram de julho para cá com o aumento estratosférico dos dois insumos básicos do setor, milho e farelo de soja. Ou seja: muitas empresas ainda podem ter de abandonar a atividade. Pois a recuperação demanda tempo e as dívidas estão aí, para ser pagas já. Ou ontem.
Isso, naturalmente, afeta também a produção de curto, médio e longo prazo. Pois a cadeia do frango não é atividade cuja produção pode ir para a prateleira à espera de melhores tempos: é um “moto-contínuo” que solicita investimentos permanentes e que solicita o funcionamento normal de todas as suas engrenagens. Quando uma falha, todo o processo acaba prejudicado.
O que se quer dizer é que, ao contrário das inúmeras crises experimentadas pelo setor, esta deixará profundas e talvez incuráveis cicatrizes. Que, infelizmente, se refletirão também na oferta vindoura do produto – como, aliás, vaticinou o AviSite há pouco mais de um mês ao observar que o País pode estar dizendo adeus à posição ocupada entre os grandes produtores mundiais de carne de frango (vide “ Bye, bye, Brasil...”).
Por sinal, apesar de tudo que tem enfrentado, até aqui o setor continua ao Deus dará.
Fonte: Avisite
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