Avicultura

Crescimento da avicultura começa a levar empresários para o campo

Setor avícola ganha fôlego com o crescimento interno do mercado


Publicado em: 28/05/2012 às 15:00hs

Crescimento da avicultura começa a levar empresários para o campo

De acordo com estudos voltados para área alimentícia, até 2014 o brasileiro estará comendo mais frango em relação à carne bovina, a mais consumida no Brasil.

Muitos produtores rurais estão buscando na criação de frango uma saída para superar os baixos preços praticados em outras culturas, garantindo renda no final de cada mês. O setor avícola ganhou fôlego com o crescimento do mercado interno, da exportação e os incentivos criados pela parceria entre bancos, abatedouros e produtores. O momento é tão bom, que proprietários de comércios urbanos estão deixando a cidade para investir nos aviários.

Mudança de planos

Um bom exemplo de investimento que está dando certo é do avicultor Carlos Mamprim da Silva, morador de Santa Eliza, distrito de Umuarama. Mamprim cresceu no campo, mas começou a construiu a vida com um mercado no distrito, porém devido a uma sequência de assaltos e as dificuldades da zona urbana o comerciante decidiu investir em aviários. “Tenho dois barracões que construí há uns 10 anos. Eles foram construídos como alternativa para pagar os gastos da propriedade. Mas com o crescimento do mercado associado aos inúmeros assaltos ao meu comércio – oito em um ano – resolvi vender o mercado e investir em mais dois barracões. Hoje penso em tocar esses aviários junto com meu funcionário”, informou.

Atualmente com 45 mil aves entregues, com os novos barracões Mamprim pretende engordar cerca de 100 mil aves por bimestre. Os frangos serão entregues para Averama, indústria que o produtor trabalha no sistema de integração. “O ramo de frango está bem melhor. Melhorou o incentivo, a assistência e os equipamentos. Com isso também melhora a renda para o produtor. Acreditamos na palavra dos entendidos no assunto e percebemos que o frango é a carne do futuro”, ressaltou.

Feliz com a conquista, pois a construção dos barracões sugou tempo e muito esforço do produtor, Mamprim pensa em deixar sua casa na cidade para tomar conta do investimento que está crescendo. “Estava conversando com minha esposa e estamos pensando em deixar a casa na cidade para morar no sitio e tomar conta dos barracões. É um investimento que está dando retorno e precisamos zelar por ele”, finalizou.

Crescimento do mercado

De acordo com estudos voltados para área alimentícia, até 2014 o brasileiro estará comendo mais frango em relação à carne bovina, a mais consumida no Brasil. “O frango é a única carne que não tem restrições de saúde – pois é saudável e não tem restrições religiosas. Além disso, não tem barreira econômica, já que um quilo de peito de frango desossado custa entre R$ 7,00 a R$ 8,00. Com esse valor não é possível comprar uma costela minga, carne menos nobre do boi”, informou Daniel Couto de Brito, coordenador de capacitação e médico veterinário da Averama.

Segundo Brito, com a melhoria da economia a perspectiva é de crescer no mercado interno e externo. “No mercado externo visualizamos o aumento da receita dos Países mais populosos e sabemos que quanto mais receita, mais a população consome proteína (carne). O mercado pede mais do que produzimos. Por isso estamos investindo no fomento dessa região” esclareceu.

Outro ponto de vantagem para a avicultura da região é a produção do frango halal, que vai para o mercado Islâmico. “Somos o terceiro ou quarto abatedouro do Estado que produz o frango halal. Esse produto supre o mercado islâmico, que possivelmente será a maior religião do mundo e eles não comem suínos, compensando no frango. O mercado islâmico é muito forte e não se limita ao oriente médio. Estudos revelam que se um indiano aumentar o consumo de frango em 50g per capita ano, ou seja, uma coxa da assa, faltará frango no mercado”, ressaltou.

O veterinário vai além, e esclarece que o avanço da tecnologia associado a maior distribuição de renda também está promovendo o crescimento do mercado. “Na china o acesso à energia elétrica ainda é muito restrito. Com a melhoria da renda e as tecnologias os chineses vão comer mais frango. Exemplo disso é que hoje comemos mais carne, pois temos geladeira. As tecnologias estão ajudando no consumo” informou.

Gargalo da região


A região de Umuarama é composta basicamente de pecuária e o frango ainda não é visto como uma receita pelo agricultor. “A produtividade e o consumo não é gargalo para o setor. Hoje nosso gargalo de crescimento, como também nacional, é pobreza da nossa região. A avicultura vem para mudar o paradigma, pois estamos numa região do latifundiário e com uma cultura de gado. Estamos trabalhando para mudar o conceito da agricultura, pois visualizamos a avicultura como uma saída para todos os tamanhos de propriedade. Para o pequeno produtor seria uma receita familiar, para manter a família no campo. Já o grande, pode ver como uma fábrica de adubo dentro da propriedade e uma renda anual. Hoje não conseguimos trabalhar sem adubo para aumentar a produtividade”.

Fonte: Umuarama Ilustrado

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