Publicado em: 29/05/2013 às 15:30hs
Espécies como a falsa-medideira, o complexo Spodoptera, Heliothis virescens e o bicudo são algumas das mais comuns no território brasileiro. No entanto, uma nova praga encontrada no início deste ano tem deixado os produtores brasileiros ainda mais preocupados: trata-se da Helicoverpa spp, que tem um grande poder de devastação em mais de 30 culturas, como a soja, o milho e o algodão.
“Estima-se que, nesta safra 2012/13, a Helicoverpa spp já tenha causado perdas médias de seis sacos de soja por hectare e 15 arrobas de algodão em caroço, no oeste da Bahia. Há casos pontuais de perdas de 30 sacos e 150 arrobas dessas culturas”, afirma o engenheiro agrônomo e professor de Entomologia da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dr. Paulo Eduardo Degrande. Segundo o especialista, suspeita-se que a lagarta do gênero Helicoverpa seja encontrada mais intensamente em regiões onde há o uso intensivo de sistema de irrigação, principalmente em períodos de seca, como no oeste da Bahia, em cidades do sul de São Paulo e nos vales de Goiás.
De acordo com Degrande, o problema surge quando mariposas do gênero Helicoverpa colocam ovos em folhas e estruturas reprodutivas do algodoeiro, de onde eclodem lagartas que vão atacar os botões florais, as flores e as maçãs das plantas. “Depois de lesionadas, essas partes caem sobre o solo e não conseguem atingir a fase de capulho – quando o algodão é formado”, explica o professor.
Perda de rendimento
O cotonicultor da região de Balsas (MA), Sérgio Antônio Baú, foi um dos produtores que tiveram queda de produtividade devido à falta de informações sobre o problema. “A lagarta tem destruído parte da lavoura desde a safra passada. Não conhecíamos essa praga, que era muito confundida com a lagarta da maçã. Havia suspeitas de que era uma espécie diferente, mas só nesta safra constatamos que trata-se da Helicoverpa”, conta.
Segundo Sérgio, apesar dos prejuízos serem maiores na Bahia, também no Maranhão a praga se tornou um problema para os agricultores. “Eu perdi de 3% a 5% de produtividade. Mas aqui no estado, foram detectados alguns casos de perdas entre 5% e 10%, um percentual bem maior e assustador”, afirma.
De acordo com o gerente de Algodão da Monsanto, Luiz Márcio Bernardes, a tecnologia Bollgard Roundup Ready minimiza o problema dos agricultores reduzindo sensivelmente a quantidade de aplicações para o controle de pragas, se comparada ao algodão convencional. “Além disso, vamos lançar em breve uma tecnologia que promove o controle das principais lagartas que atacam a cultura do algodão, como a Helicoverpa spp, e agrega tolerância ao glifosato, preservando o potencial produtivo”, detalha Bernardes.
Outros desafios
Além das lagartas, outros grandes vilões das lavouras de algodão são as plantas daninhas, que se desenvolvem espontaneamente em áreas de cultivo e prejudicam a produtividade, por competirem com a cultura por água, luz, espaço e nutrientes. Para o professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), Dr. Pedro Jacob Christoffoleti, a queda de rendimento não é o único prejuízo causado aos cotonicultores. “As plantas invasoras podem ser hospedeiras de pragas e doenças, interferindo na qualidade da fibra do algodão e no processo de colheita”, diz Christoffoleti.
De acordo com o professor do Centro Universitário de Várzea Grande (UNIVAG), de Mato Grosso, Anderson Luis Cavenaghi, plantas daninhas podem causar prejuízos de 20% a 80% na produção e exigem um sistema de moderação complexo. “O manejo integrado utiliza diferentes métodos de controle. Entre eles, dois são considerados importantes: o primeiro é o químico, por meio de herbicidas. O outro é o cultural, que leva em conta época de semeadura, espaçamento entre fileiras, densidade de plantio e fertilização, possibilitando vantagens competitivas para a lavoura”, explica.
Fonte: Monsanto em Campo
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