Minas Gerais – onde se observa firmeza de mercado idêntica à dos paulistas – acompanhou e fechou seus negócios a R$2,25/kg. Dessa forma, em menos de duas semanas, as duas praças acumulam recuperação da ordem de 35 centavos no preço do quilo do frango vivo comercializado.

Isso, porém, não tem nada de excepcional. Pois no ano passado e praticamente na mesma ocasião, o frango vivo registrou desempenho exatamente idêntico. Demorou um pouco mais (23 dias, contra os atuais 12 dias), mas lá também o frango vivo saiu de R$1,80/kg na segunda quinzena de julho e chegou a R$2,15/kg no mês seguinte.

Dada essa similaridade de comportamentos, o que se pergunta agora é: há algo mais de comum entre as duas ocasiões?

Considerando-se um tempo médio de criação de 45 dias, o frango que está sendo abatido agora provém dos pintos de um dia de junho, mês em que, conforme a APINCO, foram alojados internamente 514 milhões de pintos de corte. E esse volume está apenas 0,2% acima do que foi alojado um ano antes, em junho de 2011 (512,9 milhões de cabeças). Ou seja: um ano depois, o número de cabeças produzidas praticamente não mudou.

É verdade que, com a antecipação dos abates (o que gera menos carne, possibilitando a revitalização dos preços), neste momento estão sendo abatidos os últimos pintos alojados em junho. Mesmo isso, porém, não deve alterar os níveis de oferta da ave viva, pois, com a explosão dos custos ocorrida em julho, é quase certo que o volume de pintos alojados no mês passado foi proporcionalmente menor que o registrado no fechamento do semestre.

Em 2011, no mês de julho, foram alojados internamente 500,8 milhões de pintos de corte. É um bom número para apostar para julho de 2012, inclusive porque, até agora, a série de altas obtidas pelo frango vivo não dá sinais de exaustão.