Mas – essa é a questão – qual é a tendência de distribuição dessa produção ao longo do ano, visto que a produção varia não só conforme o número de dias do mês, mas também de acordo com as condições de mercado e o volume previsto (13,025 milhões de toneladas) corresponde a uma média mensal de pouco mais de 1,085 milhão de toneladas?

Os números do IBGE relativos ao abate inspecionado de frangos são, sem dúvida, um bom indicador nesse sentido, sobretudo se considerados em um período de tempo relativamente longo. Foi o que se fez no gráfico abaixo, o qual mostra a participação média dos abates mensais no abate anual em um período de 15 anos.

Os resultados, claro, não são nem um pouco diferentes daqueles já do conhecimento do próprio setor avícola. Por exemplo, o menor volume do ano ocorre no bimestre janeiro-fevereiro. E não só porque o número de dias do bimestre é menor, mas também porque o consumo mais lento impõe menor volume para o período. Já o maior volume de cada exercício acontece, na média, em outubro. Curiosamente, porém, os maiores abates bimestrais não se concentram nos dois meses finais do ano, como seria de se supor e, sim, no bimestre julho/agosto. Mas, aqui, tudo indica que o recorde (por pequena diferença) se deve aos 62 dias do bimestre julho-agosto.

Pois bem: partindo-se das médias obtidas chega-se às tendências expostas no gráfico através de colunas. Que apontam, por exemplo, que o volume máximo a ser atingido levando-se em conta uma expansão de 3% é de 1,150 milhão de toneladas em outubro vindouro.

Contrapondo-se esse indicador às condições mais recentes do setor, observa-se que a atividade só voltou a obter algum retorno econômico com a carne de frango a partir do momento em que o volume produzido recuou para algo próximo de 1 milhão de toneladas, eventualmente até menos. Daí perguntar-se: será que o retorno continuará mantido com um volume (cerca de) 15% maior? Talvez os produtores de carne de frango terão que se contentar com uma expansão anual inferior a 3%.