Avicultura

"Bye, bye Brasil" à liderança na produção de carne de frango

Consultem-se todas as projeções de organismos internos e externos e se verá que o Brasil ocupa e tende a manter posição imbatível em relação a outros países, tanto na produção de carne de frango (terceiro maior produtor mundial) como na exportação do produto, liderada mundialmente pelo frango brasileiro


Publicado em: 20/07/2012 às 13:10hs

"Bye, bye Brasil" à liderança na produção de carne de frango

Pena, apenas, que essas posições estejam em risco iminente de despencar. Simplesmente porque os componentes básicos de um frango (milho e farelo de soja) atingem internamente valores impossíveis de serem cobertos quer pelo exaurido consumidor brasileiro, quer pela centena e meia de importadores da carne de frango conquistada ao longo de quase quatro décadas.

Isso, porém, não é o mais preocupante, nem o mais lamentável. Pois o que poderia ser apenas uma crise momentânea, corre o risco de apresentar desdobramentos ainda mais sérios no médio e longo prazos.

Essa hipótese já começa a se concretizar porque, após operar onerosamente na maior parte do primeiro semestre (devido, exatamente, ao alto preço dessas duas matérias-primas), grande parte dos diversos segmentos que compõem a cadeia produtiva do frango já não dispõe, agora, de capital (e muito menos de crédito) para manter as atividades normais. Assim, começa-se – não por vontade própria mas por imposição da evolução da economia – a reduzir significativamente o ritmo produtivo, algo que afeta, também, a normal reposição de novas matrizes reprodutoras.

Em outras palavras, sem a remuneração que permita reinvestimentos na atividade, está sendo deflagrado neste instante um processo que vai afetar o abastecimento de carne de frango de 2013 e, eventualmente, até dos anos posteriores, pois a queda de alojamentos tende a se refletir também no segmento que produz a “avó” do frango nosso de cada dia.

Para tentar evitar que a defasagem entre o custo de produção e os preços de venda aumente ainda mais, o produtor começa a fazer o que entende ser “a sua parte”: procurar readequar o volume produzido ao consumo recessivo da atualidade.

Mas garantir, por exemplo, que haja rentabilidade suficiente capaz de permitir que a reposição de novas reprodutoras siga sem solução de continuidade depende de iniciativas do poder público.

Quer como geradora e mantenedora de empregos, quer como abastecedora de uma carne barata e nutritiva para a população ou, ainda, como captadora de divisas para o País, a avicultura não pode ficar ao Deus dará.

Fonte: Avisite

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