Avicultura

APA prevê ano de recuperação para avicultura em 2013

Presidente da Associação Paulista de Avicultura, Érico Pozzer, acredita em preços firmes para a carne de frango, apesar de custos ainda elevados


Publicado em: 11/12/2012 às 14:40hs

APA prevê ano de recuperação para avicultura em 2013

Depois de um ano desafiador para a avicultura, a perspectiva é que os produtores tenham um ano de recuperação em 2013, defende o presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA), Érico Pozzer. “A nossa previsão é de custos ainda em patamares elevados, mas com pequena margem para os produtores no primeiro semestre do ano que vem. Já para o segundo semestre, a expectativa é custos em leve queda e manutenção de preços firmes. Contudo ainda será um ano de cautela, pois a atividade enfrentou muitas perdas ao longo de 2012 e vamos precisar de alguns anos para nos recuperar”, avalia Pozzer.

A atividade começou uma recuperação no segundo semestre depois de uma redução de oferta em função da descapitalização do setor. Para se ter uma ideia, o preço médio de um mix de todos os produtos da avicultura teve aumento de 18% neste segundo semestre, quando subiu de R$ 3,90 para R$ 4,60. Pozzer acredita haver espaço para uma alta de mais 10% ao longo do próximo ano. “Pode chegar até R$ 5,00”.

Ele lembrar que, diante da crise deste ano, o alojamento de matrizes caiu cerca de 12%, o que significa que devemos entrar em 2013 com uma produção de pintinho potencialmente menor. “As empresas de pequeno e médio porte sofreram muito neste ano e estão sem capital de giro para aumentar o alojamento de pintos. Outro fator que deve impactar uma retração do alojamento é que os grandes grupos, que tinham estoque de milho e soja quando os preços disparam pela seca nos Estados Unidos, agora vão comprar estes grãos com preços mais elevados também”.

Balanço de 2012

“Este ano que termina foi um dos mais difíceis para o produtor. Foi muito complicado”, lamenta Pozzer. Ele explica que 2012 já começou com produção e estoques elevados e as exportações não reagiram conforme as expectativas iniciais. No mês de julho este cenário foi agravado pela quebra de safra nos Estados Unidos, que levou a uma disparada nos preços dos grãos, pressionando ainda mais os custos do avicultor. “O preço da soja dobrou e o milho subiu de R$ 20 para R$ 36, aumentando os custos de produção de frango vivo entre 35% e 40%. Muitas empresas que já enfrentavam dificuldades por operar muito tempo em prejuízo pediram recuperação judicial. Só em São Paulo foram três”.

Este quadro levou a uma queda de produção no Brasil. “A retração da oferta neste ano não aconteceu por uma organização da cadeia produtiva. Ela foi pressionada pela descapitalização do setor, o que aconteceu foi que faltou dinheiro para produzir”, esclarece.  Ao longo do ano a produção nacional teve uma queda de aproximadamente 10%. No Estado de São Paulo a redução foi ainda maior, chegando até 25%, avalia o especialista. “O mercado paulista tem uma característica de empresas de pequeno e médio portes e elas sentiram mais fortemente esta crise”.

Outro fator que influenciou a atividade foi a crise econômica internacional, com impacto nas exportações brasileiras. “Muitos países reduziram importação de carne brasileira, sobrando os mercados emergentes, mas o preço não é bom. Isso levou a uma maior oferta no mercado interno”.

Apesar de todos estes desafios, o setor encontrou um alento na recuperação dos preços da carne de frango a partir do mês de setembro, reflexo da oferta retraída. “Os produtores conseguiram sair do vermelho neste final de ano, mas ainda vamos precisar de muitos anos para recuperar as perdas”.

A APA reuniu as principais lideranças da cadeia produtiva em seu tradicional jantar de encerramento nesta segunda-feira, dia 10 de dezembro, em São Paulo.

Fonte: Assessoria de Imprensa APA

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