Avicultura

Alta no preço dos insumos pode causar problemas para avicultores em SC

A situação dos criadores de aves não está nada boa. Enquanto o preço pago pela carne do animal ou pelo ovo recua ou se mantém estável, o valor do milho, fonte de aproximadamento 80% da ração, subiu 35% e ultrapassou o valor recorde do produto, que foi de R$ 32,50 a saca, registrado em janeiro desse ano


Publicado em: 20/07/2012 às 18:10hs

Alta no preço dos insumos pode causar problemas para avicultores em SC

O outro ingrediente da ração, o farelo de soja, também teve seu preço reajustado em cerca de 25% somente no último mês. O preço chega a R$ 1.300 por tonelada, o que representa o dobro do que era praticado em janeiro de 2012. Assim, o valor total da ração fica em torno de 43% maior do que em dezembro de 2011.

Inversamente, o preço do quilo do frango vivo ficou 15% mais barato durante o mesmo período, principalmente devido a queda das exportações. Para o diretor executivo da Associação Catarinense de Avicultura, Ricardo de Gouveia, a situação só não é mais grave porque os produtores de frango trabalham em sistema de parceria com as indústrias. "No caso dos suinocultores é diferente, os próprios criadores têm que fazer o financiamento e, na crise, arcam com as dívidas", disse. Dessa maneira, a situação não é tão crítica para os avicultores, mas sim para as indústrias, que têm sua margem de lucro reduzida, já que fornecem todos os insumos para a criação do animal.

Ainda segundo Gouveia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são muito afetados. "Pela proximidade com o Centro-Oeste, a saca de milho no Paraná sai por R$ 16, enquanto aqui pagamos o dobro." Assim, a lógica é que as indústrias se mudem para um lugar onde a ração seja mais barata. "Santa Catarina era o maior produtor e o maior exportador de carne de frango, mas recentemente perdeu esse título para o Paraná. Se você fosse dono de uma indústria e estivesse nessa situação, em qual estado ficaria?" questionou.

As negociações com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estão acontecendo, mas sem avanços. O milho e a soja valorizaram devido a grande quantidade dos produtos que é exportada. "Se continuar assim, pode chegar a um ponto em que vai valer a pena importar os insumos, tendo toda essa produção sendo feita aqui no país. É urgente que o Ministério viabilize a distribuição desses produtos em outros estados, e isso pode acontecer por meio de leilões, por exemplo", completou.

Fonte: Economia SC

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