Avicultura

A integração avícola no Oeste da Bahia

Na última edição impressa do Notícias do Oeste, a integração agrícola esteve em pauta, focando o plantio direto, o qual exige a diversificação de culturas para seu sucesso.


Publicado em: 31/05/2012 às 17:40hs

A integração avícola no Oeste da Bahia

Para esta edição comemorativa à Bahia Farm Show, as atenções estão voltadas à pecuária, com ênfase na avicultura.

Na pecuária bovina, a integração vem ganhando expressão, sobretudo onde há plantios de milho com braquiária, decorrente da grande oferta de capim. Neste caso, apenas foi ampliada a sequência de atividades, tendo a agricultura como destaque. Os benefícios econômicos e técnicos são elogiáveis, mas não transformam a economia da mesma forma que a avicultura, sobretudo quando existe o chamado sistema de integração.

Há algumas décadas este sistema vem obtendo sucesso na região Sul do Brasil, o qual envolve a parceria das agroindústrias com os produtores familiares. Nos últimos anos, vários fatores colaboraram para o surgimento de um novo modelo de integração, resultando na expansão da avicultura de corte em regiões abundantes de grãos como o Centro Oeste, com clima favorável e uso de novas tecnologias no setor.

Nesta nova realidade, o Oeste da Bahia desponta com enorme potencial para o setor, pois reúne todas as boas condições para a produção avícola e a integração com a indústria. Paralelo estão as questões sanitárias, em que que o clima quente e seco da região contribuem para o bom manejo.

O processo de integração resulta da parceria entre a empresa integradora (frigorífico) com as granjas de produção (produtores). A integradora é responsável desde o pinto de um dia, até a comercialização do produto acabado, incluindo o fornecimento de ração e medicamentos, bem como a assistência técnica e veterinária.

No outo lado está o produtor integrado, o qual trabalha a criação dos frangos, fornecendo as instalações, equipamentos, mão-de-obra, cama-de-frango e eletricidade. Nesta divisão de atividades surgem os méritos do sistema, porque o risco ao produtor é muito baixo, bem como resta um subproduto de grande importância agrícola, que é um esterco de alta fertilidade.

O grande diferencial a se observar é a diversificação de atividades no empreendimento rural que a integração avícola promove. Com a avicultura, o produtor passa a ter receitas bimensais, complementando a renda, além da melhor utilização da mão-de-obra familiar ou contratada.

Dotados de tecnologia de última geração, os aviários que estão sendo implantados ou estão em operação, permitem automação completa das operações. Com isso, para o acompanhamento de um galpão com 30 mil frangos, se faz necessária uma pessoa, trabalhando de modo confortável.

Avaliando o assunto com Marcondes Tavares de Farias, Diretor da Mauricéa Alimentos em Luís Eduardo Magalhães, constata-se que o módulo ideal para a realidade das propriedades da região do cerrado é de quatro aviários. Porém, para otimizar os investimentos, o modelo de oito unidades passa a ser mais vantajoso. Apesar dos investimentos situarem-se na faixa de R$ 380 mil cada aviário, há recursos de longo prazo disponíveis, com baixos juros, por exemplo através do Bando do Nordeste.

Para Nivaldo Evangelista Neves e Antonio Fernando de Oliveira, Diretores do Frigorífico Frango de Ouro em Barreiras, a necessidade de trabalhar o sistema de integração é enorme, porque a região dispõe de grãos, unidades de processamento de ração e frigoríficos implantados para atender a demanda dos frangos produzidos. Desta forma, há um nicho de mercado indiscutível, pois tanto os produtores de grãos na região do cerrado, quanto os produtores familiares na região do vale, estão em condições altamente favoráveis para avançar nesta atividade.

A fim de contribuir no processo de capacitação e servir de parâmetro aos novos integrados, o frigorífico Frango de Ouro investiu em dois galpões escola. Estas unidades demonstrativas são estruturas modulares com capacidade para 33 mil frangos, em que o produtor decide quantos poderão ser implantados na propriedade.

Com alto grau de automação, duas pessoas podem operar ou acompanhar até três galpões do referido modelo, otimizando sobretudo a mão-de-obra familiar nas pequenas propriedades. Isto sem contar o esterco que resulta da atividade, que pode ser o grande viabilizador da fruticultura na região do vale, reforça Nivaldo.

A região está despertando quanto a consciência da importância técnica e econômica do sistema de integração avícola, sejam em propriedade de pequeno ou grande porte. A prova de sucesso do modelo pode ser acompanhada em regiões como Goiás e Paraná, complementa Marcondes.

Um bom exemplo é o produtor Ivanor Guerra, em Luís Eduardo Magalhães, o qual é reconhecido pelas inovações que introduz em sua propriedade rural. Atualmente possui estruturas de produção para 250 mil frangos e em breve estará dobrando a capacidade instalada.

Em relação a demanda pelos frangos produzidos, a região conta com dois importantes frigoríficos em operação. Ambos com projeto de expansão, mas apenas para atender a atual estrutura em operação, são necessários dezenas de novos aviários, provando que para iniciar a produção de frangos, os produtores terão a garantia de uma cadeia produtiva completa, sobretudo na parte de processamento do mesmo, que era o gargalo do processo.

Fonte: Notícias do Oeste

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