Publicado em: 13/06/2008 às 09:35hs
De acordo com dados da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (SEAB), cada vez mais produtores rurais estão se dedicando à produção de frango de forma integrada no estado. Em agosto do ano 2000 havia 5810 aviários cadastrados pela SEAB no Paraná; hoje eles somam 11.465, o que representa um aumento de 50,6% em apenas oito anos. As granjas dobraram em menos de uma década, impulsionadas pelo boom da avicultura.
A atividade avícola no Paraná vem utilizando a produção integrada de frango de corte como um dos pilares para o seu crescimento. Por meio desse processo, o produtor rural cria o frango, com subsídio das indústrias avícolas, e tem o compromisso de vender a sua produção à empresa, para o processo de industrialização do frango. Só na região de Maringá são 525 aviários
Vanderlei Bidurin está a menos tempo no ramo da avicultura, apesar de já ter trabalhado no setor em outras cidades. Morando agora
Como funciona
No sistema de produção de forma integrada as empresas entregam os pintainhos (pintinhos de um dia), a ração para alimentá-los, dão assistência técnica e acompanhamento veterinário, enquanto os produtores ficam encarregados de criar os animais em local adequado, coberto e aquecido, com mão-de-obra e os equipamentos avícolas necessários. No final do processo, todos os resíduos deixados pelos frangos ficam em posse dos produtores, que podem transformar o material em adubo e reinvestir em outras culturas, representando receita extra para a propriedade.
Ao optar pela avicultura, Bidurin e Zunarelli foram beneficiados pelo CONVIR (Convênio de Integração Simplificado), programa de financiamento da empresa maringaense Frangos Canção, junto ao Banco do Brasil, que favorece o pequeno proprietário de barracões para criação de frango. Os recursos, de aproximadamente 16 milhões de reais, começaram a ser disponibilizados no ano passado, para investimentos nos municípios interessados da região Noroeste. A vantagem para o produtor é que as garantias exigidas pelo banco são menores e parte delas é dada pela empresa. Assim, todo o processo de viabilização e aprovação do financiamento é mais rápido e o projeto sai do papel.
Para os pequenos produtores, as vantagens básicas de investir na avicultura estão na valorização de suas propriedades, no incremento da receita das mesmas e na possibilidade de utilizar os resíduos da atividade (adubo) em culturas de milho, soja, cana, reflorestamento e fruticultura. Assim, aumentam o nível de vida e também a receita familiar destes agricultores. “Com o CONVIR a empresa ajuda os produtores na obtenção dos documentos, por meio de um projeto de custeio desenvolvido por profissionais”, afirma o gerente agroindustrial do Grupo Canção, Valmor Ceratto.
O CONVIR é oferecido pelo BB, seguindo as regras do Prodeagro (Programa de Desenvolvimento do Agronegócio), com recursos do BNDES e Pronaf, e o limite de crédito é de R$ 200 mil por pessoa (CPF). Entretanto, o setor avícola tem se mobilizado para ampliar este limite em função do crescimento dos custos vivido pelo setor. De acordo com o gerente da agência empresarial Noroeste do Paraná do Banco do Brasil, Milton Laforga, o investimento deve ser pago em até oito anos, com juros fixos de 6,75% ao ano, e prazo de carência de dois anos. "Hoje, uma propriedade de um alqueire, com um aviário de 35 mil cabeças, vai dar retorno semelhante a uma área de 90 alqueires plantada de milho ou soja, com a vantagem de necessitar de um capital imobilizado em terras muito menor", compara Ciliomar Tortola, diretor industrial da Frangos Canção.
Já para os municípios, os benefícios também são verificados, principalmente no aumento da receita agropecuária. “Cada mil aves alojadas na cidade correspondem a uma receita anual de três alqueires de terra, algo em torno de R$ 66 mil”, acrescenta Ceratto. No que se refere ao desenvolvimento econômico, ele diz que esta é a grande vantagem do investimento. Outro fator de destaque é a rentabilidade que a área agropecuária oferece a pequeno prazo, pois a performance municipal, em termos de retorno, melhora significativamente. Além disso, há maior geração de empregos e, consequentemente, de renda e receita. E também se combate o êxodo rural, pois os trabalhadores mantêm-se no campo, sem ter de migrar para a cidade.
Fonte: Centro de Notícias Comunicação
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