Avicultura

Impacto do uso de leveduras como adsorventes de micotoxinas na avicultura

Um estudo da ICC Brazil, empresa pioneira na produção de soluções inovadoras à base de aditivos de levedura para a saúde e nutrição animal, foi destaque na Food Reserch International


Publicado em: 10/08/2020 às 17:00hs

...
Foto: Liliana Borges, analista de Pesquisa & Desenvolvimento da ICC

Um estudo da ICC Brazil, empresa pioneira na produção de soluções inovadoras à base de aditivos de levedura para a saúde e nutrição animal, foi destaque na Food Reserch International, um periódico renomado do setor. O artigo publicado "In vitro and in vivo capacity of yeast-based products to bind to aflatoxins B1 and M1 in media and foodstuffs: A systematic review and meta-analysis" é resultado de uma pesquisa, desenvolvida pelo time de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e especialistas da USP, que mostra, através de uma revisão sistemática e meta análise de diversos dados, a eficiência de produtos à base de leveduras como adsorventes de micotoxinas.

levedura

Exemplo da levedura

A ICC Brazil prioriza a base científica e busca constantemente a avaliação de especialistas comprovando que seus produtos têm qualidade testada e aprovada. Desde a sua fundação, a empresa realizou mais de 200 estudos que asseguram a qualidade de seus produtos. Por ano, são investidos aproximadamente R$ 1 milhão em pesquisa e desenvolvimento em soluções para saúde e nutrição animal.

A Mundo Agro Editora foi conversar com exclusividade com a Dra. Liliana Borges, analista de Pesquisa & Desenvolvimento da ICC, para saber mais sobre o tema, principalmente quando analisamos seu impacto na avicultura de corte de postura.

Segundo ela, a ação das micotoxinas na avicultura de corte e postura pode ser extremamente tóxica, resultando não só em queda de produtividade e mortalidade animal, mas também em risco de contaminações de ovos e carnes para os humanos. As micotoxinas consideradas mais importantes para avicultura brasileira são aflatoxina, seguido pela fumonisina e desoxivalenol (DON).

Ela explica que a aflatoxina, por exemplo, é extremamente tóxica devido à sua rápida absorção pelo trato gastrintestinal das aves. “Uma vez absorvida, ela transloca pela corrente sanguínea e liga a alguns órgãos, como o fígado, no qual tem seu metabolismo alterado. Uma das consequências desta contaminação é observada por uma alteração na coloração do fígado, que se torna amarelado por conta da infiltração de gordura e com uma consistência mais frágil que o normal. Outros órgãos também são afetados como os rins, o baço, o timo e a Bursa. Outra consequência muito característica é a presença de partículas de ração na excreta, resultado da má digestão e absorção”, disse Liliana Borges.

Segundo ela, os efeitos, por sua vez, são refletidos em redução de ganho de peso e piora de conversão alimentar de frangos de corte, e em situações mais severas manchas de sangue na carne, na qual pode estar contaminada para consumo humano. “Em poedeiras, observamos uma queda na postura alguns dias após a contaminação. Os ovos, assim como as gemas, reduzem o tamanho por conta da alteração na síntese proteica e lipídica, e pode ocorrer a presença de sangue na gema”, afirmou.

Embora as micotoxinas afetem diretamente a saúde e produção de aves de corte e postura, a toxicidade está relacionada com seu status imune e integridade intestinal, pois uma ave que apresenta uma qualidade intestinal e melhor produção de células imunes estará apta a responder com mais eficiência a desafios estressantes como as micotoxinas. “A integridade intestinal é um indicador de eficiência para a barreira protetora formada pelo trato gastrintestinal, que impede a translocação paracelular de compostos indesejados, como micotoxinas, do lúmen do intestino para a lâmina própria e posteriormente para a corrente sanguínea ligando-se a tecidos e orgãos. Assim, quanto menos permeável a mucosa intestinal se apresentar, menor será a passagem desses compostos”, explicou.

Ainda segundo ela, os aditivos à base de levedura constituem uma alternativa natural, segura e benéfica aos frangos de corte e poedeiras. “É comprovado cientificamente que estes aditivos possuem ação efetiva contra as micotoxinas, devido principalmente à presença de B-glucanas em sua parede celular na qual confere uma adsorção específica”, disse.

Ela ainda explicou que as β-glucanas são responsáveis por inativar as micotoxinas através de sua capacidade de se ligarem seletivamente às micotoxinas polares e não polares através de forças intermoleculares, como pontes de hidrogênio e forças de Van der Waals. Existe uma correlação entre a quantidade de β-glucanas na parede celular de levedura e a eficácia sequestrante. “Assim sendo, quanto maior for a quantidade de B-glucanas disponíveis no produto, maior a disponibilidade dos polos de ligação e consequentemente mais eficiente será a adsorção das micotoxinas”, disse. “A utilização de aditivos à base de leveduras nas dietas de frangos corte e postura é uma prática conhecida, onde vários estudos na literatura mostram sua eficiência. As propriedades conferidas pelas B-glucanas, juntamente com a ação do MOS e demais componentes presentes nestes aditivos, proporcionam grande potencial para melhorar a saúde intestinal, status imune, melhorar desempenho e reduzir a mortalidade de frangos de corte e poedeiras”, disse.

A pesquisa

Segundo a analista de P&D, Dra. Liliana Borges, os efeitos observados das leveduras estão relacionados aos componentes de sua parede celular, os mananoligossacarídeos (MOS) que aglutinam bactérias patogênicas melhorando a integridade intestinal, e as β-glucanas que possuem uma ação imunomoduladora e são adsorventes de micotoxinas. O ambiente de fermentação que dá origem ao produto é muito importante, pois este é um dos fatores principais que influenciam na concentração de B-glucanas.

"O processo de fermentação de cana-de-açúcar para obtenção do etanol é mais agressivo que a fermentação primária (cervejaria ou panificação), e isso influencia diretamente na concentração de β-glucanas presentes na parede celular das leveduras. As duas fotos microscópicas de luz no artigo comparam as paredes celulares de origem da fermentação de cana-de-açúcar e fermentação primária. Nas imagens conseguimos ver nitidamente a diferença na densidade entre as paredes celulares, que provam a alta concentração de β-glucanas que encontramos em nossos produtos", afirma a pesquisadora, citando o ImmunoWall®, produto composto por uma alta quantidade de ß-glucanas e MOS, que assegura o equilíbrio da microbiota intestinal, melhora das respostas do sistema imune e adsorve as micotoxinas, resultando em aumento de produtividade.