Publicado em: 23/01/2025 às 11:27hs
As exportações da piscicultura brasileira apresentaram um crescimento recorde em 2024, com um aumento de 138% em valor em relação a 2023, totalizando US$ 59 milhões. Em volume, o crescimento foi de 102%, passando de 6.815 toneladas para 13.792 toneladas. Este é o maior aumento em volume exportado desde 2021. O principal fator responsável por este incremento foi o aumento dos embarques de filés frescos, que atingiram US$ 36 milhões. Os peixes inteiros congelados ocuparam a segunda posição entre os mais exportados, com US$ 17 milhões.
Essas informações e outras constam na mais recente edição do Informativo Comércio Exterior da Piscicultura, produzido pela Embrapa Pesca e Aquicultura em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR). A publicação, de acesso gratuito, pode ser consultada neste link.
Segundo Manoel Pedroza, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura, a principal causa do aumento de 138% no valor exportado é a redução no preço da tilápia no mercado interno. “Houve uma queda importante no preço da tilápia paga ao produtor ao longo de 2024. Se no final de 2023 o preço da tilápia pago ao produtor chegava a uma média de R$ 9,73 o quilo, ao término de 2024 esse valor caiu para R$ 7,85, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - Cepea. Isso estimulou que algumas empresas passassem a mirar o mercado externo”, explica Pedroza.
Outros fatores que contribuíram para o aumento das exportações foram a elevação da produção de tilápia e a valorização do dólar frente ao real. “Houve um aumento de produção da espécie, e o mercado interno não absorveu a maior oferta. Com isso, as empresas buscaram outros países para vender o pescado”, complementa o pesquisador.
A tilápia se manteve na liderança como a espécie mais exportada, representando 94% das exportações da piscicultura nacional, totalizando US$ 55,6 milhões, um crescimento de 138% em relação ao ano anterior. Em volume, as exportações de tilápia cresceram 92%, atingindo 12.463 toneladas. Os curimatás ocuparam a segunda posição, com US$ 1,2 milhão e um crescimento expressivo de 437% em valor.
Os Estados Unidos foram o principal destino das exportações brasileiras de pescado, respondendo por 89% do total 1 em 2024, com US$ 52,3 milhões, tendo a tilápia como principal produto importado. O Peru demonstrou preferência por peixes nativos, importando US$ 1,1 milhão de curimatá, US$ 746 mil de pacu e US$ 571 mil de tambaqui.
Apesar do crescimento recorde nas exportações em 2024, a balança comercial de produtos da piscicultura fechou com um déficit de US$ 992 milhões, devido ao aumento das importações, que atingiram US$ 1 bilhão. O salmão é a principal espécie importada pelo Brasil, seguido pelo pangasius. “Houve um aumento de 9% em valor da importação do salmão e em 5% em volume, atingindo a marca de 909 milhões de dólares. Isso corresponde a 87% do volume total importado pelo país”, conclui Pedroza.
Fonte: Portal do Agronegócio
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