O pólen coletado das flores pelas operárias também pode ser utilizado como alimento. Rico em vitaminas, proteínas, lipídeos, açúcares, fibras e sais minerais, o pólen apícola é considerado um excelente complemento alimentar, tonificante e revitalizante das funções orgânicas.

Ainda não explorado na merenda escolar, é uma nova opção para ampliar o cardápio de produtos da agricultura familiar. Utilizado como ingrediente, o pólen pode ser misturado a iogurtes, vitaminas lácteas, sucos naturais, patês, sopas e na composição de carnes, farinhas e doces. No Brasil, pesquisas recentes demonstram que seu consumo estimula o crescimento, aumenta a capacidade de atenção e o estado de ânimo, atua positivamente no sistema nervoso como antidepressivo, contribui para redução e prevenção do colesterol LDL, além de regular as funções intestinais.

A proposta da Secretaria da Agricultura é que esse novo alimento, através de chamadas públicas, possa ser utilizado no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), atendendo a Lei 11.947/09 que determina que pelo menos 30% dos produtos da merenda escolar sejam oriundos da agricultura familiar. A intenção é favorecer crianças e adolescentes, que quase sempre se alimentam de forma incorreta.

Aproveitando a qualidade do pólen apícola produzido na Bahia, através da Cooperativa dos Apicultores de Canavieiras (Coaper), o governo baiano vem investindo na melhoria da qualidade e da produtividade do pólen produzido e processado na única unidade de processamento de pólen do Brasil. A estrutura de beneficiamento coloca o estado – maior produtor do pólen apícola de coqueiro do país – na condição de referência nacional em processamento.

Construída com o apoio da Seagri, através do Programa de Fortalecimento da Apicultura, e desenvolvido pela Superintendência da Agricultura Familiar (Suaf), a primeira indústria de pólen certificada do País, localizada no município de Canavieiras, está em amplo crescimento, atendendo a mais de 40 famílias. A qualidade do produto já conferiu três prêmios somente no ano de 2011.

De acordo com a pesquisadora Lidia Maria Ruv Carelli Barreto, do Centro de Estudos Apícolas da Universidade de Taubaté, a alimentação escolar é tema tratado na atualidade como um investimento estratégico para crianças, adolescentes e jovens em sua fase de aprendizagem. “É nessa fase que a criança está desenvolvendo os seus sentidos e diversificando os sabores, e adolescentes desenvolvendo hábitos sadios de alimentação. O pólen é reconhecido como uma opção saudável. A ideia é que o produto seja incrementado ao cardápio regional, estimulando novas preferências”.

Essa importante fonte de inúmeros benefícios para a saúde está muito próxima de fazer parte do cardápio de crianças e adolescentes. A parceria da Seagri e Coaper já permitiu que a unidade emitisse o Selo de Inspeção Estadual (SIE), aguardando equivalência ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi).

Com processamento inicial de 12 toneladas de pólen e capacidade instalada de até 72 toneladas ao ano, a comercialização da produção apícola já foi autorizada no atacado. Atualmente, a Bahia comercializa de forma indireta por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, existindo demanda para os estados de Goiás, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

A especialista em apicultura e responsável pelo programa, Marivanda Eloy, disse que só foi possível avançar no setor com o apoio da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), que realiza os serviços públicos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), da ADAB com a realização de Inspeções e registro, do Sebrae, com o apoio à gestão do empreendimento, do Banco do Brasil e demais parceiros.

“Inovamos o serviço de inspeção e defesa especializada”. Marivanda destacou ainda a implantação de 41 e adequação de nove unidades de beneficiamento do mel equipados através da parceria com a Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir/Car), além da implantação de um entreposto”, disse.