Publicado em: 20/11/2012 às 15:10hs
A aviação agrícola é menos perigosa para as abelhas do que a aplicação terrestre. E é o melhor método para aplicação de defensivos, quando os quesitos são eficácia, pontualidade e nenhum dano à cultura, entre outros fatores. Essas são constatações do professor Scott Bretthauer, do Departamento de Engenharia Agrícola e Biológica da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. Com PhD (doutorado) em Recursos Naturais e Ciências Ambientais, Bretthauer publicou em julho um artigo na revista AG Professional (veja os links no final do texto) rebatendo um texto do mês anterior, da mesma revista, na seção Profit Tips (Dicas de Lucro). O artigo foi traduzido e publicado no último sábado (17) no site Agronautas.
O texto de junho dava dicas de como evitar perdas na apicultura restringindo a aviação agrícola. O que o especialista rebateu, explicando que, “quando realizada corretamente, a aplicação aérea não representa maior risco para as abelhas do que uma aplicação terrestre”. Ele lembrou inclusive a segurança dos voos fora das lavouras. “Aeronaves agrícolas são equipadas com dispositivos que asseguram que a pulverização não seja inadvertidamente ativada fora da área alvo. Esses dispositivos incluem válvulas anti-retorno em cada bico e um sistema de sucção, que cria um vácuo quando o sistema de pulverização é desligado.”
DERIVA
Bretthauer também abordou a questão da deriva, lembrando que se trata de um fator que pode ocorrer tanto nas aplicações aéreas como nas terrestres. “A deriva é principalmente uma função do tamanho das gotas, velocidade do vento e direção do vento. É verdade que um avião agrícola pode ser configurado para ter um menor diâmetro de gota e um espectro mais estreito. Essa é uma das razões pelas quais a aplicação aérea é mais eficaz na aplicação de inseticidas do que equipamentos terrestres. (...)Mas uma aeronave agrícola pode ser configurada para fornecer um tamanho de gota grande, resistente à deriva.”
E ele acrescenta, lembrando que o avião é a ferramenta que melhor pode aproveitar as janelas de tempo com condições para prevenir a deriva. “Em termos de velocidade e direção do vento, a aplicação aérea é o método de aplicação preferido porque as aeronaves agrícolas são capazes de fazer uma aplicação em um período de tempo muito mais curto do que equipamentos terrestres ou outras formas de aplicação. Se há uma estreita janela de condições de vento favoráveis para fazer a aplicação, uma aeronave agrícola pode provavelmente completar toda a aplicação quando um equipamento terrestre seria incapaz.”
E ele conclui: “Com uma aeronave corretamente configurada e operada, o risco para as abelhas não é maior do que com um equipamento terrestre, e é provavelmente ainda menor por causa da capacidade da aeronave para completar aplicações mais rapidamente dentro de condições meteorológicas desejadas. Tendo trabalhado com aplicadores aéreos por uma série de anos e tendo realizado uma série de ensaios de aplicações aéreas e clínicas de padronização, eu acredito que há muitos benefícios desta forma sobre outras formas de aplicação e, se usada corretamente, não tem riscos adicionais para as abelhas ou outros seres sensíveis.”
CRITÉRIO TÉCNICO
O material chega justamente em quando o Sindag ainda tenta reverter a proibição, apenas para o setor aéreo, da aplicação de produtos com os princípios ativos os princípios ativos Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina ou Fipronil. Restrições que que foram impostas pelo IBAMA e pelo Ministério da Agricultura e contra as quais o sindicato aeroagrícola alega carência de critérios técnicos (Clique aqui para rever).
Paralelamente, o Sindag também acompanha com preocupação e vem se articulando contra diversas iniciativas para proibição da aviação agrícola no Brasil. Segundo o presidente do sindicato, Nelson Antônio Paim, “fruto de oportunismo político ou resultado de um mau direcionamento da causa ambientalista. Mas todas consequência da falta de informação a respeito da legislação e da importância de nossa atividade.”
Acesse o artigo original na revista AG Professional
Fonte: SINDAG - Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola
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