Preços Agropecuários

Mercado de trigo enfrenta desafios no Sul do Brasil

Preços baixos, qualidade questionada e negociações lentas marcam o cenário no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná


Publicado em: 22/11/2024 às 11:10hs

Mercado de trigo enfrenta desafios no Sul do Brasil
Foto: Ron Lima

O mercado de trigo no Rio Grande do Sul atravessa um período de dificuldades, com negociações travadas e foco dos moinhos em cumprir contratos futuros. Segundo relatório da TF Agroeconômica, os moinhos locais apontam vendas fracas e baixa rentabilidade das farinhas, o que limita o avanço de novas compras. Os preços do trigo permanecem estáveis, variando entre R$ 1.200,00 na região das Missões e R$ 1.250,00 no Planalto e no Norte do estado. Além disso, questões relacionadas à qualidade do trigo gaúcho — como baixo índice de força (W), número de queda (FN) e menor estabilidade — têm gerado críticas de moinhos de outros estados.

Exportações e mercado regional

No setor de exportação, o panorama também é desafiador. Os preços para o trigo de padrão milling não satisfazem as expectativas dos vendedores. A melhor oferta registrada foi de R$ 1.285,00 CIF Porto para embarque em janeiro de 2025. No caso do trigo para ração, as negociações ocorreram a R$ 1.245,00 para embarque em dezembro e pagamento em janeiro. Apesar disso, as vendas internacionais seguem tímidas.

Em Santa Catarina, os primeiros lotes de trigo colhido chegaram ao mercado com preços entre R$ 85,00 e R$ 90,00 por saca, o que equivale a cerca de R$ 1.500,00 CIF por tonelada. O mercado local também observou uma variação nos preços da pedra, com alta de R$ 74,00 em Canoinhas e flutuações em outras regiões do estado.

Já no Paraná, o trigo argentino mantém preços 6,33% superiores ao local, mas ainda 2,72% abaixo do valor do trigo gaúcho CIF. O mercado paranaense enfrenta um impasse: enquanto os vendedores buscam R$ 1.500,00 FOB, os compradores estão dispostos a pagar apenas R$ 1.450,00.

Expectativa para o setor

A análise de preços e tendências nas principais regiões produtoras do Brasil revela a insatisfação do setor com os preços baixos e a qualidade questionada do produto. Tanto no mercado interno quanto nas exportações, as vendas enfrentam obstáculos significativos. A previsão é que um ajuste nos preços só ocorra após o término da colheita, quando o aumento da oferta poderá criar condições mais favoráveis para as negociações.

Fonte: Portal do Agronegócio

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