Os contratos futuros de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) registraram uma forte desvalorização na Bolsa de Nova York em 2025, acumulando uma queda superior a 55% em relação ao pico atingido no ano anterior. O preço da commodity, que alcançou um valor recorde em 2024, enfrenta agora uma forte retração.

Em 5 de setembro de 2024, o mercado atingiu seu ápice, com os contratos alcançando 549,75 pontos — o equivalente a aproximadamente US$ 7.998,00 por tonelada. Contudo, este ano, os preços chegaram ao piso de 242,90 pontos, ou US$ 3.535,00 por tonelada, resultando em uma perda de 55,8%.

Diversos fatores estão por trás dessa queda, conforme apontam analistas do setor. O principal deles, segundo Harry Campbell, analista da Expana, é a redução na demanda, que, de acordo com ele, “cai de um precipício”. O aumento nos preços do suco tem afastado consumidores, contribuindo para a diminuição nas compras.

Outro fator é a qualidade do produto. A escassez de estoques de suco dificultou o processo de blending — a mistura do suco da safra anterior, de melhor qualidade, com o suco da nova safra, que tende a ser mais ácido e menos doce. Isso resultou em um produto menos homogêneo ao longo do ciclo, com notas amargas mais evidentes, especialmente devido ao impacto do greening nas frutas.

Por fim, a expectativa de aumento na produção de suco de laranja também influencia a queda nos preços. Andres Padilla, analista do Rabobank, afirmou que o mercado trabalha com a previsão de aumento de produção entre 20% e 30% em relação à safra 2024/25. Enquanto isso, a safra dos Estados Unidos está estimada em 11,5 milhões de caixas, uma redução de 500 mil caixas em relação à previsão anterior, e 36% inferior ao volume da temporada passada. A estimativa oficial para a safra 2025/2026 será divulgada pelo Fundecitrus em 9 de maio.