Publicado em: 01/10/2021 às 12:30hs
Mas as situações são bem diferentes. Nos quase cinco meses de estabilidade registrados em 2019 a longa vigência da mesma cotação atuou apenas como um referencial, pois o mercado de aves vivas enfrentou as flutuações típicas do mês comercial para o setor de alimentos – vendas mais fortes concentradas na primeira quinzena (ou enquanto durarem os salários) e queda substancial da demanda na segunda parte do mês.
Neste ano não tem sido assim. Desde, praticamente, meados do primeiro trimestre o mercado se mantém firme, a despeito das variações mensais enfrentadas pelo frango abatido. Ou seja: o consumo da carne de frango e a demanda por aves vivas sofrem altos e baixos no decorrer de cada mês, mas a cotação destas não se altera.
Três fatores básicos têm contribuído para isso até aqui: internamente, a alta demanda por parte dos consumidores graças à maior acessibilidade do frango frente às outras carnes; externamente, o aumento das importações do produto brasileiro; e, da parte do setor produtivo, um volume forçadamente contido, devido aos altos custos de produção.
Desses três fatores, apenas um apresenta tendência (por sinal, firme) de manutenção no restante do corrente exercício ou, mesmo, até o início do ano que vem: o custo de produção elevado. Os outros dois podem estar chegando ao seu limite. Porque, externamente, o andamento da economia mundial vem dando sinais de retração, o que pode afetar o ritmo das exportações. E, internamente, é o consumidor brasileiro que chega a seu limite.
Isso quer dizer que, doravante, são menores as chances de evolução dos preços pagos pelo frango vivo. Que, tudo indica, não devem retroceder no corrente trimestre, mas tendem a evoluir a menos de 1% ao mês nestes próximos três meses. O que, diga-se de passagem, não tem nada de anormal: analisada a evolução do mercado nos últimos 26 anos (isto é, desde 1995 até 2020) observa-se estabilidade de preços no terceiro quadrimestre do ano, com pequeno ganho (+2%) de setembro para dezembro. Pena, somente, que os custos de produção (e não só os da alimentação animal) não parem de subir.
Fonte: AviSite
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