Publicado em: 13/02/2025 às 19:00hs
A desvalorização do dólar frente ao real resultou na primeira desaceleração dos preços do varejo alimentar desde maio de 2024, refletindo diretamente nos custos de diversas categorias de produtos. De acordo com o Radar Scanntech, plataforma especializada em inteligência de dados para o setor, o preço médio dos produtos no canal alimentar registrou alta de 5,8% no acumulado de 12 meses, abaixo dos 7,6% observados em dezembro de 2024.
Esse movimento foi especialmente percebido na mercearia básica, onde itens como arroz, feijão e leite apresentaram queda de preços em relação ao mês anterior. No curto prazo, apenas o café e o açúcar mantiveram a tendência de alta.
Apesar desse alívio nos custos, a inflação acumulada no setor ainda foi o principal fator que impulsionou o crescimento de 6,6% no faturamento do varejo alimentar em janeiro, comparado ao mesmo período de 2024. O volume de vendas unitárias teve um leve aumento de 0,8%, enquanto o total de produtos comercializados apresentou uma retração de 0,9%, influenciada pela tendência de compra de embalagens menores.
“A desaceleração dos preços é um fenômeno que não observávamos desde maio de 2024. A valorização do real impactou especialmente os produtos da mercearia básica, reduzindo os preços em relação a dezembro. Contudo, é essencial acompanhar a evolução desse movimento nos próximos meses e seu impacto nas decisões de compra do consumidor e na estratégia do varejo”, explica Priscila Ariani, diretora de marketing da Scanntech.
Atacarejos se destacam sobre supermercadosOs atacarejos regionais mantiveram um desempenho superior aos supermercados, tanto em faturamento quanto em volume de vendas. Por outro lado, supermercados de menor porte, com um a quatro check-outs, foram os que mais reajustaram preços e os únicos a registrar queda no volume de unidades vendidas.
Produtos perecíveis lideram crescimento do setorEntre as cestas de produtos analisadas, a de perecíveis foi a principal impulsionadora do crescimento do varejo alimentar em janeiro de 2025. O faturamento desse segmento cresceu 8,3%, impulsionado por um aumento de 6,1% nos preços no acumulado de 12 meses e por um avanço de 2,2% nas vendas unitárias. Produtos como frango, ovo e queijo foram os principais responsáveis por esse desempenho positivo.
Em termos regionais, a Região Sul se destacou com o maior crescimento em unidades vendidas e o menor aumento de preços (+4,9%). Em contrapartida, a Região Norte registrou os maiores reajustes de preço e a maior retração nas vendas unitárias.
Fonte: Portal do Agronegócio
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