Publicado em: 28/11/2024 às 17:00hs
O setor leiteiro brasileiro apresentou oscilações significativas em setembro de 2024, conforme apontado pela edição de novembro do Agro em Dados, publicação da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa). Embora os custos com energia elétrica tenham registrado redução em relação ao mês anterior, os gastos com mão de obra e suplementação animal pressionaram a cadeia produtiva.
De acordo com o Cepea, o preço médio do leite alcançou R$ 2,86 por litro no período, um aumento expressivo de 33,8% em comparação ao mesmo mês de 2023, marcando o maior valor já registrado. Esse cenário reflete estoques reduzidos nos laticínios e a forte concorrência entre indústrias pela matéria-prima, em um contexto de oferta limitada por condições climáticas adversas.
O desempenho das exportações de produtos lácteos foi destaque em setembro e outubro de 2024. O envio de doce de leite à Venezuela, responsável por 63% do volume total exportado, liderou o crescimento no mercado externo. Em outubro, o Paraguai consolidou-se como um destino relevante para os derivados lácteos brasileiros, com alta de 15,2% no volume exportado. Goiás ampliou sua presença internacional ao incluir o Paraguai entre seus parceiros comerciais no início de 2024, reforçando a importância do estado na cadeia láctea nacional.
Por outro lado, o Brasil manteve o ritmo estável de importações de lácteos, com aumento de 7,5% no volume em outubro, em comparação com o ano anterior. Argentina e Uruguai destacaram-se como os principais fornecedores de queijos e leite em pó, contribuindo para um incremento de 4,7% no acumulado de 2024, consolidando uma tendência de crescimento iniciada em 2022.
Com a regularização do período chuvoso, projeta-se uma melhora na qualidade das pastagens, o que deve beneficiar a alimentação animal e favorecer a recuperação da produção de leite nos próximos meses. Essa perspectiva pode aliviar os custos e trazer maior equilíbrio ao setor, que tem enfrentado desafios relacionados à oferta limitada e ao aumento de despesas operacionais.
Segundo a Seapa, as condições climáticas favoráveis representam uma oportunidade para estabilizar a produção e garantir maior competitividade ao setor, tanto no mercado interno quanto no externo, em um cenário de preços elevados e forte demanda por produtos lácteos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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