Publicado em: 13/09/2013 às 17:50hs
Após anos de preços altos, as torrefadoras se afastaram do arábica e buscaram o café robusta, substituto mais barato, acrescentaram.
A médio e longo prazo, as perspectivas para os produtores do arábica parecem boas para grãos da América Central e lavados da Colômbia, além de para o enorme volume do café natural do Brasil, disseram participantes da IV Conferência Internacional de Arábica Natural.
No momento, porém, as grandes torrefadoras tradicionais, como Folgers, Maxwell House, Nescafé e outras, têm sido lentas para reagir sobre a queda nos preços do arábica e voltar a usar mais arábicas em seus "blends", disseram analistas e operadores.
Os americanos começaram a beber mais café feito à base de robusta depois que os preços do arábica subiram para 3 dólares por libra em 2011. Técnicas de vaporização permitiram as indústrias retirar partes das características mais amargas do robusta, que de outra maneira poderiam ter custado a elas a lealdade dos consumidores, que poderiam não gostar do sabor.
"As grandes torrefadoras estão se movendo lentamente, pois se preocupam com o fato de os clientes quererem coerência", disse Ric Rhinehart, analista da SCAA, consultoria de marketing de café. "Eles não verificaram nenhuma queda no consumo de seus produtos e ainda estão ganhando dinheiro."
Os preços do arábica recuaram mais de 30 por cento nos últimos 12 meses para mínimas de quatro anos, segundo o indicador de lavado e naturais da América Latina da Organização Internacional do Café (OIC).
Depois que a diferença entre robustas e arábicas subiu para níveis recordes em 2011, o que levou algumas das principais torrefadoras a introduzir grãos mais baratos a seus blends, tal tendência está se movendo no sentido inverso.
FUNDAMENTOS BAIXISTAS
No último ano, o spread entre os suaves colombianos e os robustas caíram de 80 centavos de dólar por libra-peso para 49 centavos. O spread entre naturais brasileiros e s robusta referência também caiu, de 53 para 23 centavos, mostraram dados da OIC.
"Quando o preço da manteiga aumentou fortemente nos EUA e as pessoas que diziam que nunca comprariam margarina acabaram comprando, a manteiga perdeu alguns desses clientes para sempre. Alguns nunca voltaram quando os preços da manteiga voltaram ao normal", disse Carlos Brando, consultor de café da P&A Marketing Internacional.
"Provavelmente será assim para algumas torrefadoras. Aquelas que voltarem vão precisar de tempo e prolongados preços baixos do arábica", acrescentou Brando.
Fonte: Reuters
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