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Como as agências de publicidades seguimentam o mercado do agronegócio

O Portal do Agronegócio entrevistou o vice-presidente de criação da Rino Com, Fernando Piccinini, responsável pelas campanhas do agronegócio da agência no setor


Publicado em: 01/07/2014 às 00:00hs

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Fernando Piccinini: Vice-presidente de criação da Rino Com
Por: Portal do Agronegócio

• O Interactive Advertising Bureau (IAB Brasil) Brasil projeta 25% de crescimento para 2014, projetando a Internet como o segundo maior meio para a publicidade, como a Rino Com vê esse crescimento para o seguimento do agronegócio?

Acreditamos que esta projeção se encaixa perfeitamente ao setor de agronegócio, uma vez que este segmento da economia tem aderido, cada vez mais, às novas tecnologias - seja em relação ao processo produtivo ou, como aponta essa pesquisa, na comunicação digital. Segundo dados da última Pesquisa Comportamental e Hábitos de Mídia do Produtor Rural Brasileiro, produzida pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMR&A), houve um aumento do acesso à internet por parte dos produtores rurais. Nos levantamentos de 1988/1999, somente 3% dos produtores diziam utilizar a rede mundial de computadores; em 2003/2004, tivemos aumento significativo, para 29%; em 2008/09, estávamos em 30% e, agora, o porcentual passou a 39%. E, destes, 92% estão conectados a redes sociais.

• Quais os principais clientes da Rino Com no setor de agronegócios?

Cuidamos há 52 anos – a idade da agência - da conta da Pfizer, hoje Zoetis. Atualmente, também atendemos a Scania e a Monsanto. Também já fizeram parte de nossa grade de clientes do setor de agronegócio: Solorrico, Sandoz, Máquinas agrícolas Case e motores MWM.

• Quais os tipos de veículos de comunicação mais usados pelo setor de agronegócio, como eles são escolhidos?

Depende muito do objetivo da campanha. Se o objetivo é construir marca, podemos usar as emissoras de TV, em escala nacional, por conta do alcance e das caraterísticas do público. No caso de campanhas como a que fizemos recentemente para a Monsanto, na qual o caráter era predominantemente promocional e educacional, procuramos mídias mais assertivas para levar informações focadas no produtor rural. É o caso das rádio regionais e, sem sombra de dúvidas, da internet, que nos permite dar um direcionamento muito eficaz.

• As estimativas do IAB, apontam que o investimento em publicidade online deve crescer ao menos 25% em 2014. Como os clientes da Rino Com pretendem atuar neste seguimento durante os próximos meses?

Quais tecnologias devem ser adotadas em novas campanhas?

Nossa aposta na força da comunicação pela internet é tão grande integramos em todos os departamentos da agência o "espírito digital". Temos profissionais nativos da internet trabalhando de forma integrada com os "offs" em todos os departamentos da agência. Assim, damos a todas as mídias a mesma atenção, fazendo uso de diferentes meios para se atingir os públicos de interesse de cada marca, em cada campanha. Uma das tendências em termos de uso da tecnologia é o emprego de ferramentas capazes de entregar os anúncios a um perfil exato de consumidor em tempo real.

• Segundo dados apresentados, 73% das pessoas utiliza regularmente a internet enquanto vê TV, revelando a atualidade do conceito “Second Screen”, e 43% passa pelo menos 2 horas por dia navegando por diferentes canais. O que a agência fez para se adequar a esse novo perfil do agricultor, que agora usa todas as tecnologias possíveis para controlar e se informar sobre seu negócio?

Buscamos sempre nos atualizar quanto às tecnologias mais usadas por cada um dos setores que atendemos. No caso do agronegócio, após a intensificação do uso da tecnologia por parte dos agricultores, focamos a comunicação em mídias como a internet.

• No Brasil, o mercado publicitário na Internet em 2013 atingiu 25.9% de crescimento e obteve aproximadamente R$ 5,75 bilhões, consolidando-se como o segundo maior meio em participação no bolo publicitário, ultrapassando jornais e ficando atrás apenas da TV. O que mudou na comunicação para este tipo de cliente?

Esses números são um reflexo de uma mudança simples, mas fundamental no mundo da comunicação. Com a consolidação da Internet comercial a partir do início dos anos 2000, o público passou a contar com uma nova mídia para dedicar sua atenção. Os anunciantes, obviamente, perceberam essa mudança, e também migraram parte de seus investimentos para esses novos meios. A diferença básica em relação a outros meios de comunicação é que, na internet, a comunicação é dialógica, ou seja, não podemos mais nos prender a lógica “emissor” / “receptor”. Agora, todo mundo fala com todo mundo, o tempo todo. Então, a diferença agora é que precisamos compreender muito bem as necessidades de nossos clientes e conhecer em profundidade o comportamento dos diferentes públicos, de modo que possamos direcionar a comunicação para obtermos os melhores resultados com os menores custos.

Fonte: Portal do Agronegócio

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