Publicado em: 27/11/2024 às 11:35hs
O volume de fretes rodoviários no Brasil registrou um crescimento de 6,7% no terceiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, conforme dados da Frete.com, maior plataforma online de transporte de cargas da América Latina. Entre julho e setembro deste ano, foram analisados mais de 3,5 milhões de fretes na plataforma, refletindo a expansão de diversos setores da economia, como a construção civil e os produtos industrializados.
Os setores de construção civil e produtos industrializados foram os principais responsáveis pelo aumento, com crescimentos de 25,4% e 9,3%, respectivamente. O agronegócio, por sua vez, registrou uma queda de 1,2%, impulsionada pela queda no volume de fretes do milho, que recuou 19,5% em relação ao mesmo período de 2023.
Federico Vega, CEO da Frete.com, destacou o papel fundamental da tecnologia para o setor, ressaltando como o uso de inteligência artificial tem otimizado as contratações e a precificação dos fretes, além de proporcionar mais segurança e eficiência aos usuários. “A tecnologia tem se mostrado uma grande aliada para o setor de Transportes, e isso fica evidente nos constantes aumentos de volume de fretes rodoviários registrados em nossa plataforma”, afirmou.
O setor de construção civil, que apresentou um crescimento de 25,4%, teve no transporte de cimento o seu principal motor. O frete de cimento aumentou 45,4%, com destaque para o estado de Minas Gerais, que registrou um crescimento de 70% e é responsável por 88% dos fretes de cimento na plataforma. Esse crescimento acompanha o bom desempenho do mercado imobiliário brasileiro, que, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), teve um aumento de 10,4% nas vendas de cimento em setembro de 2024 em relação ao ano anterior.
O CEO da Frete.com observou que o aquecimento do mercado imobiliário, impulsionado pela confiança do consumidor e o crescimento do financiamento imobiliário, contribuiu para a alta nas vendas de cimento e, consequentemente, no volume de fretes.
O agronegócio, por outro lado, teve um desempenho misto no terceiro trimestre. O milho foi o principal responsável pela queda de 19,5% nos fretes, refletindo uma redução de 12,3% na produção do grão em comparação com 2022/23, conforme estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No entanto, a soja apresentou um aumento modesto de 1,5% no volume de fretes, enquanto os fertilizantes tiveram um crescimento de 6%, após uma queda de 3,8% no primeiro semestre.
Apesar da retração no milho, as exportações brasileiras de soja continuam em expansão, com aumento nas exportações entre janeiro e setembro de 2024, de acordo com o Comex Stat. A produção de fertilizantes também apresenta sinais de recuperação, com um aumento de 6% no volume de fretes, após um primeiro semestre negativo.
O crescimento de fretes no terceiro trimestre de 2024 variou significativamente entre as regiões do país. O Nordeste liderou com uma alta de 17,7%, seguido pelo Sudeste (16,7%) e Sul (6,3%). Já o Centro-Oeste, impactado pela queda no agronegócio, registrou uma redução de 14,9% no volume de fretes.
Nos estados, Minas Gerais teve a maior alta (25,5%), impulsionada pelos fretes de cimento, seguido por Santa Catarina (12,1%), Paraná (9,9%) e São Paulo (6,6%). Já os estados do Centro-Oeste, como Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, apresentaram quedas significativas, com declínios de até 20,9% em Mato Grosso do Sul.
Vega ressalta que, embora o agronegócio tenha enfrentado desafios no terceiro trimestre, a expectativa para a próxima safra é positiva, com previsão de crescimento de 8,3% na produção de grãos, alcançando 322,47 milhões de toneladas. “Acreditamos que até o final do ano o setor agropecuário pode se recuperar, impulsionando ainda mais o volume de fretes no próximo ciclo”, conclui.
Os dados apresentados foram coletados a partir do fluxo de informações da Frete.com, que conta com mais de 900 mil caminhoneiros cadastrados e 25 mil empresas assinantes. A plataforma cobre 99% do território nacional e fornece uma visão abrangente sobre o mercado de fretes rodoviários no Brasil.
Fonte: Portal do Agronegócio
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