Publicado em: 18/06/2024 às 18:00hs
O cenário do frete marítimo global continua desafiador em 2024, com um novo aumento previsto de cerca de 10% nas taxas, afetando especialmente setores como commodities e produtos refrigerados no Brasil. Segundo Mario Veraldo, CEO da MTM Logix, além dos altos encargos de juros que inicialmente indicavam uma desaceleração econômica, a persistência da demanda robusta e o crescimento do consumo global têm forçado ajustes significativos nas tarifas.
Um dos fatores que contribuem para o aumento das taxas é o movimento de empresas chinesas, que estão aumentando os volumes de envios para países como México e Brasil, aproveitando as vantagens do nearshoring. Isso, combinado com desafios logísticos como a devolução de contêineres vazios, tem criado um déficit na disponibilidade de transporte, elevando ainda mais os custos.
Empresas como SHEIN exemplificam esse movimento, expandindo sua produção no Brasil e estabelecendo parcerias com centenas de fábricas locais. O aumento nos custos de transporte tem repercussões variáveis, mas significativas, dependendo do setor e do porte da empresa. Por exemplo, um contêiner que custava US$ 2.000 em 2023 agora pode chegar a US$ 5.000, um incremento de 150%, refletindo-se em acréscimos menores por unidade de produto, mas que impactam os preços finais ao consumidor.
Para mitigar os impactos, Veraldo recomenda estratégias como negociações flexíveis de contratos de frete, diversificação das cadeias de suprimentos e adoção de tecnologias avançadas de controle logístico. Essas medidas visam otimizar o planejamento e a execução das operações, essenciais diante da volatilidade das tarifas e das condições de mercado.
Em face da instabilidade contínua, é crucial para as empresas analisar cuidadosamente suas estratégias de suprimento e demanda, assegurando que as mercadorias cheguem ao mercado no momento certo e de maneira eficiente. Apesar dos desafios, adaptar-se às novas realidades do frete marítimo global é essencial para manter a competitividade e a sustentabilidade operacional no cenário atual.
Fonte: Portal do Agronegócio
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