Logística e Transporte

Aquecimento nas Exportações Impulsiona Mercado Suinícola em Santa Catarina

Preços do suíno vivo aumentam nas principais regiões produtoras do Brasil, refletindo o desempenho positivo das exportações e a oferta restrita de animais prontos para abate


Publicado em: 18/10/2024 às 10:10hs

Aquecimento nas Exportações Impulsiona Mercado Suinícola em Santa Catarina

Segundo os dados da edição de outubro do Boletim Agropecuário, elaborado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e divulgado pelo Observatório Agro Catarinense, os preços do suíno vivo nas principais regiões produtoras do Brasil apresentaram um aumento nas duas primeiras semanas de outubro, em comparação ao mês anterior. Contudo, essa alta ocorreu em um ritmo mais moderado do que o observado em meses anteriores. Esse desempenho é atribuído ao crescimento das exportações brasileiras e à limitada oferta de animais prontos para abate. Em comparação anual, os preços de outubro de 2024, corrigidos pelo IGP-DI, evidenciam variações significativas, com aumentos de 36,2% em Minas Gerais, 35,8% no Paraná, 35,4% em São Paulo, 32,6% no Rio Grande do Sul e 21,1% em Santa Catarina.

Em Santa Catarina, um dos maiores estados produtores de suínos, a diferença de preços entre os tipos de produtores também se destacou. Para os produtores independentes, os preços aumentaram 1% nas duas primeiras semanas de outubro em relação ao mês anterior, enquanto os produtores integrados observaram uma elevação de 3,1%. Quando comparados a outubro de 2023, os aumentos foram de 30,4% para os independentes e de 13,6% para os integrados.

Os preços da carne suína no atacado apresentaram variações conforme os diferentes cortes. Os valores do pernil, da carcaça e do carrê subiram 3,0%, 2,4% e 0,6%, respectivamente. Por outro lado, houve quedas na costela (-0,9%) e no lombo (-0,3%). No acumulado do ano, os cortes de carne suína tiveram uma alta média de 8,5%, com destaque para a carcaça, que subiu 21,3% na comparação entre outubro de 2024 e o mesmo mês do ano anterior.

No que tange aos custos de produção, a Embrapa Suínos e Aves indicou que o custo de produção de suínos em ciclo completo em Santa Catarina foi de R$ 5,91/kg de peso vivo em setembro, apresentando um aumento de 0,2% em relação a agosto, mas permanecendo 3,1% abaixo do custo registrado no mesmo mês de 2023. No acumulado do ano, os custos caíram 4,6%.

O mercado de suínos no Brasil observou variações positivas em outubro de 2024, com aumento nos preços dos leitões e uma elevação no valor do milho, o que impactou diretamente a relação de troca insumo-produto. Comparando os preços de outubro deste ano com os de 2023, corrigidos pelo IGP-DI, houve um aumento de 15,2% no valor dos leitões de 6 kg a 10 kg, e de 12,3% para os leitões com aproximadamente 22 kg. Essa valorização reflete a oferta limitada de leitões e o aumento nos custos de produção, influenciados principalmente pelo preço do milho. Nas duas primeiras semanas de outubro, a relação de troca insumo-produto – que mede o poder de compra dos produtores em relação aos custos de insumos – subiu 2,1% em comparação a setembro. Esse aumento foi impulsionado pela alta de 5,7% no preço do milho na região Oeste, que foi parcialmente compensada pela elevação de 3,5% no valor do suíno vivo.

Entretanto, a relação de troca ainda se encontra 6% abaixo do nível registrado em outubro de 2023, o que indica que, mesmo com o ajuste recente, os produtores enfrentam um cenário mais desafiador do que no ano anterior. O aumento do preço do milho está diretamente relacionado ao clima quente e seco que afeta, especialmente, a região Centro-Oeste, onde ocorre a semeadura da safra de verão. A falta de chuvas pode comprometer o desenvolvimento das lavouras, gerando incertezas sobre a oferta futura do grão e levando os agricultores a reterem seus estoques, o que pressiona ainda mais os preços do insumo.

Em paralelo, o desempenho das exportações brasileiras de carne suína continua a se destacar. Em setembro, o Brasil exportou 117,8 mil toneladas de carne suína, incluindo cortes in natura, produtos industrializados e miúdos. Esse volume representa um aumento de 2,1% em relação a agosto e de 8,8% na comparação com setembro de 2023. As receitas decorrentes dessas exportações também aumentaram, atingindo US$ 281,1 milhões, alta de 2,7% em relação ao mês anterior e de 16,9% na comparação anual.

Santa Catarina, principal estado exportador de carne suína do Brasil, registrou exportações de 61,4 mil toneladas em setembro, uma queda de 0,7% em relação a agosto, mas um crescimento de 10,1% em comparação a setembro de 2023. As receitas alcançaram US$ 150,3 milhões, apresentando um crescimento de 0,1% em relação ao mês anterior e de 18,0% na comparação anual. A maioria dos principais destinos das exportações catarinenses, como Filipinas e Japão, reportou aumentos nas quantidades adquiridas e nas receitas geradas em setembro, enquanto a China registrou uma redução de 17,2% no volume comprado e de 9,2% na receita gerada.

Até setembro, Santa Catarina produziu e destinou ao abate 13,59 milhões de suínos, uma leve alta de 0,1% em relação ao mesmo período de 2023. O abate no terceiro trimestre de 2024 registrou um aumento de 1,0% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Fonte: Portal do Agronegócio

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