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VLI Planeja Investir R$ 10,5 Bilhões no Corredor Sudeste e Projeta Crescimento de 80% na Movimentação em 30 Anos

Companhia investirá em infraestrutura para antecipar renovação da concessão e aumentar a capacidade de transporte


Publicado em: 12/11/2024 às 08:30hs

VLI Planeja Investir R$ 10,5 Bilhões no Corredor Sudeste e Projeta Crescimento de 80% na Movimentação em 30 Anos

A VLI, operadora de ferrovias e terminais portuários, anunciou um investimento de aproximadamente R$ 10,5 bilhões no Corredor Sudeste, com a projeção de um aumento de 80% na movimentação de cargas nos próximos 30 anos. A informação foi compartilhada pelo CEO da empresa, Fábio Marchiori, em entrevista à Reuters.

Este investimento faz parte de um pacote total de R$ 24 bilhões, o qual será destinado à renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que conecta sete estados e abrange as regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. A FCA oferece acesso a importantes portos, como o de Santos (SP) e Tubarão (ES).

Embora a concessão da FCA esteja programada para vencer em agosto de 2026, a VLI, controlada pela gestora canadense Brookfield, vê como crucial a antecipação dessa renovação para possibilitar a implementação de investimentos na ampliação da capacidade de transporte. Com isso, a empresa busca atender à crescente demanda por produtos do Brasil, maior exportador global de soja e açúcar, além de ser um dos principais fornecedores de farelo de soja e milho.

“Estamos trabalhando para antecipar o máximo possível a renovação da concessão. Na pior das hipóteses, esperamos que isso aconteça até março de 2026. Porém, estamos em conversações com o Ministério dos Transportes e a ANTT (Agência Nacional dos Transportes Terrestres) para tentar concluir esse processo já no próximo ano”, explicou Marchiori.

Em relação aos investimentos específicos no Corredor Sudeste, que responde por cerca de 25% da carga transportada pela VLI, os detalhes sobre a previsão de aumento de carga ainda não foram revelados. No entanto, a empresa já anunciou que o Corredor Leste, que corresponde a aproximadamente 50% do total movimentado pela VLI, receberá cerca de R$ 10 bilhões de investimentos ao longo do período de renovação.

Os Corredores Minas-Rio e Minas-Bahia também fazem parte do pacote de renovação da FCA e receberão investimentos adicionais de R$ 3,5 bilhões. Em 2023, a movimentação total nas ferrovias operadas pela VLI aumentou para 61,3 milhões de toneladas, superando as 58 milhões de toneladas registradas no ano anterior.

A soja, o milho e o farelo de soja representaram aproximadamente 43% da receita líquida da VLI em 2023, com os principais clientes sendo as grandes tradings do setor, como ADM, Cargill e Bunge. Além disso, a companhia obteve ganhos significativos com o aumento da movimentação nos terminais portuários, que atingiram 43 milhões de toneladas.

Entre os diversos produtos transportados pela VLI, destacam-se minérios, fertilizantes, combustíveis e produtos para a siderurgia. Apesar de a Vale ser uma das principais acionistas da VLI, a empresa não realiza o transporte de minério de ferro da mineradora.

A VLI também projeta um crescimento de 50% no transporte pelo Corredor Leste nos próximos 30 anos, o que, segundo Marchiori, indica uma maior participação do Corredor Sudeste no volume total da companhia, que já prevê um aumento de 80% neste corredor.

No que diz respeito ao financiamento dos investimentos, a VLI terá que arcar com outros R$ 5 bilhões para indenizações, relacionados à devolução de trechos não operacionais da FCA. “Esses trechos não possuem mais operação, e os clientes históricos não existem mais. Esse valor também será destinado a investimentos em ferrovias, mas depende de uma decisão do poder público”, explicou o CEO.

Os R$ 24 bilhões de investimento serão distribuídos ao longo dos 30 anos de concessão, com a maior parte sendo concentrada na primeira metade do período, conforme revelou Marchiori. “Nossa prioridade é acelerar esse investimento, pois isso significa mais cargas e, consequentemente, mais receitas para a companhia”, afirmou.

Quanto à origem dos recursos, o executivo explicou que uma parte virá da geração de caixa da própria empresa, que possui mais de R$ 5 bilhões de caixa operacional. Além disso, a VLI tem capacidade de aumentar sua taxa de endividamento e, caso novos projetos surjam, poderá recorrer à realização de um IPO, uma vez que a empresa ainda não é listada.

Fonte: Portal do Agronegócio

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