Publicado em: 13/09/2013 às 12:20hs
“Tivemos importantes avanços nestes quatro dias de reunião, principalmente no que se refere ao apoio ao pequeno produtor dos países emergentes. Além disso, a OIC vê com ótimos olhos políticas como a adotada recentemente pelo governo brasileiro de ordenamento do fluxo de safra”, afirmou Robério Silva, diretor-executivo da instituição, citando a medida do governo federal de retirar 13 milhões de sacas do mercado.
Ao final do encontro, por aclamação os participantes aprovaram a Declaração de Belo Horizonte, com os principais pontos acordados nos quatro dias de discussões. Entre os principais temas, a OIC reitera o compromisso de disponibilizar informações estatísticas e econômicas objetivas e abrangentes sobre o mercado global de café como meio de possibilitar a tomada de decisões com base em dados precisos e atualizados. Participaram da reunião da OIC 157 delegados, 58 observadores e 79 visitantes convidados, de 70 países.
Para o diretor de Operações da OIC, o colombiano Maurício Galindo, a queda dos preços preocupa particularmente o setor. “Estamos chegando ao patamar do preço praticado em 2009, de US$1,17 a libra de café (cada libra pesa 0,45359237 quilogramas). Um agravante do valor praticado no mercado internacional é que, além da queda do preço, há um inevitável aumento dos custos de produção” analisa.
Apesar disso, Galindo crê na manutenção do crescimento da demanda, da casa de 2% anuais. “Temos visto um significativo aumento da procura, principalmente pela modalidade robusta, presente nos cafés solúveis, mais consumidos pelos países emergentes. Isso nos leva a crer que a demanda de café para os próximos anos será ainda mais expressiva. Outro dado que nos leva a essa conclusão é a recuperação da economia americana, maior consumidora do produto”, pontua.
Para Robério Silva, um dos principais desafios da OIC para os próximos anos é a obtenção de financiamentos nos órgaos multilaterais. “O Banco Mundial, o Banco Interarmericano e a FAO podem desempenhar importante papel nesse contexto, principalmente no que se refere ao apoio ao pequeno produtor e às cooperativas, abrindo as portas para a obtenção destes recursos”, reforçou.
Financiamento do Banco Mundial
Como se decidiu na última reunião da entidade, o Banco Mundial, em colaboração com a OIC, desenvolverá estudos sobre risco e financiamento no setor cafeeiro, visando a três grupos: governos, setor comercial e produtores. O representante do Banco Mundial apresentará relatório sobre o progresso conseguido.
Até o dia 19 de agosto de 2013, 38 projetos, em valor total de cerca de US$105 milhões haviam sido financiados pelo Fundo Comum para os Produtos Básicos (FCPB) (US$55 milhões), por instituições doadoras bilaterais e multilaterais, na forma de cofinanciamento (US$29 milhões), e pelos países beneficiários, na forma de contribuições de contrapartida (US$21 milhões).
Novas propostas a serem examinadas pelo Conselho em março de 2014, durante a 112ª sessão do Conselho, devem chegar à Organização antes de 13 de dezembro de 2013.
Outros temas abordados no encontro
Foram analisados estudos sobre o risco e as principais formas de financiamento do setor cafeeiro. Especialistas convidados abordaram, ainda, a situação da agregação agrícola e uma resenha dos princípios básicos do desenvolvimento cooperativo.
Tais especialistas realizaram exercícios, usando os cenários de estudos de caso em pequenos grupos de discussão, com a assistência dos especialistas. Também analisaram a situação da agregação de agricultores e buscaram o entendimento visando a solução de problemas por campos de força, em pequenos grupos.
Projetos concluídos e analisados
O Conselho da OIC apreciou, ao longo da reunião, relatórios sobre os seguintes projetos concluídos:
• Melhoria da qualidade e comercialização do Robusta pela otimização do uso dos terrenos de café
• Acesso ao crédito para o desenvolvimento de culturas de diversificação em áreas de produção cafeeira
• Aumento da resiliência da produção de café à ferrugem e outras doenças na Índia e em quatro países africanos
• Reabilitação experimental de lavouras de café abandonadas como pequenas unidades de produção familiar em Angola
Fonte: Ideia Comunicação
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