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Valorização do pequeno produtor e apoio ao ordenamento do mercado marcam encerramento da 50ª Reunião da Organização Internacional do Café

A 50ª Reunião Geral da Organização Internacional do Café, realizada em Belo Horizonte, entre os dias 09 e 12 de setembro, durante a Semana Internacional do Café, apresentou significativos avanços, principalmente no que se refere ao apoio aos produtores, visando a melhoria do preço do produto


Publicado em: 13/09/2013 às 12:20hs

Valorização do pequeno produtor e apoio ao ordenamento do mercado marcam encerramento da 50ª Reunião da Organização Internacional do Café

“Tivemos importantes avanços nestes quatro dias de reunião, principalmente no que se refere ao apoio ao pequeno produtor dos países emergentes. Além disso, a OIC vê com ótimos olhos políticas como a adotada recentemente pelo governo brasileiro de ordenamento do fluxo de safra”, afirmou Robério Silva, diretor-executivo da instituição, citando a medida do governo federal de retirar 13 milhões de sacas do mercado.

Ao final do encontro, por aclamação os participantes aprovaram a Declaração de Belo Horizonte, com os principais pontos acordados nos quatro dias de discussões. Entre os principais temas, a OIC reitera o compromisso de disponibilizar informações estatísticas e econômicas objetivas e abrangentes sobre o mercado global de café como meio de possibilitar a tomada de decisões com base em dados precisos e atualizados. Participaram da reunião da OIC 157 delegados, 58 observadores e 79 visitantes convidados, de 70 países.

Para o diretor de Operações da OIC, o colombiano Maurício Galindo, a queda dos preços preocupa particularmente o setor. “Estamos chegando ao patamar do preço praticado em 2009, de US$1,17 a libra de café (cada libra pesa 0,45359237 quilogramas). Um agravante do valor praticado no mercado internacional é que, além da queda do preço, há um inevitável aumento dos custos de produção” analisa.

Apesar disso, Galindo crê na manutenção do crescimento da demanda, da casa de 2% anuais. “Temos visto um significativo aumento da procura, principalmente pela modalidade robusta, presente nos cafés solúveis, mais consumidos pelos países emergentes. Isso nos leva a crer que a demanda de café para os próximos anos será ainda mais expressiva. Outro dado que nos leva a essa conclusão é a recuperação da economia americana, maior consumidora do produto”, pontua.

Para Robério Silva, um dos principais desafios da OIC para os próximos anos é a obtenção de financiamentos nos órgaos multilaterais. “O Banco Mundial, o Banco Interarmericano e a FAO podem desempenhar importante papel nesse contexto, principalmente no que se refere ao apoio ao pequeno produtor e às cooperativas, abrindo as portas para a obtenção destes recursos”, reforçou.

Financiamento do Banco Mundial

Como se decidiu na última reunião da entidade, o Banco Mundial, em colaboração com a OIC, desenvolverá estudos sobre risco e financiamento no setor cafeeiro, visando a três grupos: governos, setor comercial e produtores. O representante do Banco Mundial apresentará relatório sobre o progresso conseguido.

Até o dia 19 de agosto de 2013, 38 projetos, em valor total de cerca de US$105 milhões haviam sido financiados pelo Fundo Comum para os Produtos Básicos (FCPB) (US$55 milhões), por instituições doadoras bilaterais e multilaterais, na forma de cofinanciamento (US$29 milhões), e pelos países beneficiários, na forma de contribuições de contrapartida (US$21 milhões).

Novas propostas a serem examinadas pelo Conselho em março de 2014, durante a 112ª sessão do Conselho, devem chegar à Organização antes de 13 de dezembro de 2013.

Outros temas abordados no encontro

Foram analisados estudos sobre o risco e as principais formas de financiamento do setor cafeeiro. Especialistas convidados abordaram, ainda, a situação da agregação agrícola e uma resenha dos princípios básicos do desenvolvimento cooperativo.

Tais especialistas realizaram exercícios, usando os cenários de estudos de caso em pequenos grupos de discussão, com a assistência dos especialistas. Também analisaram a situação da agregação de agricultores e buscaram o entendimento visando a solução de problemas por campos de força, em pequenos grupos.

Projetos concluídos e analisados

O Conselho da OIC apreciou, ao longo da reunião, relatórios sobre os seguintes projetos concluídos:

• Melhoria da qualidade e comercialização do Robusta pela otimização do uso dos terrenos de café

• Acesso ao crédito para o desenvolvimento de culturas de diversificação em áreas de produção cafeeira

• Aumento da resiliência da produção de café à ferrugem e outras doenças na Índia e em quatro países africanos

• Reabilitação experimental de lavouras de café abandonadas como pequenas unidades de produção familiar em Angola

Fonte: Ideia Comunicação

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